Recomeço
* Por Evelyne Furtado
De repente estancou. Para ser mais precisa, não ocorreu assim de súbito. Ela nunca foi dada a longos escritos. Por um período experimentou formatos diferentes, ousou e se sentiu bem. Porém começou a economizar demais nas palavras.
É verdade que deu grandes passos na vida por essa época e nisso se empenhou. Também não é mentira que produzia belos escritos na mente, que murchavam antes de se materializarem. A sensibilidade que já a impulsionara agora a paralisava: o medo de errar emperrava seus dedos, a prudência a calava, a autocrítica embaralhava cada vez mais as letras e nada a satisfazia.
Aos poucos a autora foi murchando em uma agonia tão intensa quanto seus textos de antes. O prazer escapara e deixara em seu lugar uma tristeza tímida. Até que um fim de tarde de agosto ela teve um breve encontro com sua espontaneidade de aprendiz e resolveu falar.
Pouco importava se já haviam escrito melhor sobre dores, alegrias e amores. Voltaria a falar dos sentimentos do seu jeito feminino e a registrar sua visão do mundo da maneira que sabia fazer. É apenas um recomeço, mas estou aqui torcendo para que a alma liberta retorne aos seus escritos.
* Poetisa e cronista em Natal/RN
* Por Evelyne Furtado
De repente estancou. Para ser mais precisa, não ocorreu assim de súbito. Ela nunca foi dada a longos escritos. Por um período experimentou formatos diferentes, ousou e se sentiu bem. Porém começou a economizar demais nas palavras.
É verdade que deu grandes passos na vida por essa época e nisso se empenhou. Também não é mentira que produzia belos escritos na mente, que murchavam antes de se materializarem. A sensibilidade que já a impulsionara agora a paralisava: o medo de errar emperrava seus dedos, a prudência a calava, a autocrítica embaralhava cada vez mais as letras e nada a satisfazia.
Aos poucos a autora foi murchando em uma agonia tão intensa quanto seus textos de antes. O prazer escapara e deixara em seu lugar uma tristeza tímida. Até que um fim de tarde de agosto ela teve um breve encontro com sua espontaneidade de aprendiz e resolveu falar.
Pouco importava se já haviam escrito melhor sobre dores, alegrias e amores. Voltaria a falar dos sentimentos do seu jeito feminino e a registrar sua visão do mundo da maneira que sabia fazer. É apenas um recomeço, mas estou aqui torcendo para que a alma liberta retorne aos seus escritos.
* Poetisa e cronista em Natal/RN
Pois que retorne logo. A literatura acolhe a todos e salva, tem o poder curativo da palavra. E sem contra-indicações!
ResponderExcluirAdorei o texto, Evelyne, ótimo como sempre! Beijos!
ResponderExcluirEstou certo de que o assunto do texto, no seu caso, é literatura de ficção. Você é sempre você mesma, sua obra tem sua cara e sua marca. Cara e marca de que todos somos fãs. Parabéns, Evelyne.
ResponderExcluirTambém estou torcendo por isso. A alma da confissão é a espontaneidade. Quando o lápis vermelho chega, a forma torna-se uma perfeição, mas o conteúdo contrai-se. Esse retorno já está uma boa pré-estreia.Peço perdão por não mais saber como se escreve essa palavra.
ResponderExcluirMe lembrou a poesia de Emílio Moura, bacanérrima.
ResponderExcluirÀs vezes
a poesia te visita.
Pura
infinitamente pura
como uma rosa.
Melhor ainda
como a
idéia de rosa.
como o personagem - que com certeza não é vc.- já tive essas crises, faltava inspiração, escrevia mentalmente e não conseguia passar para papel, e como em outras situações da vida creio que a culpa é sempre da autocrítica....
ResponderExcluira gente se cobra demais e em tudo!
parabéns pelo texto!