Concursos literários
Um leitor assíduo do Literário, que nos acompanha desde quando ocupávamos um espaço anterior da internet, num portal de grande prestígio, me pede opinião a respeito de concursos literários. Não sou contra e nem a favor, muito pelo contrário. Mas, deixando a brincadeira de lado, entendo que há concursos e concursos. Ou seja, alguns são sérios, têm tradição e os critérios de julgamento dos trabalhos que concorrem ao prêmio são de razoáveis para bons. Outros... bem, tudo leva a crer que são imensa marmelada! Causam mais frustração do que eventuais satisfações aos concorrentes. São, em geral, os que cobram “taxas de inscrição”.
Em outros tempos, no início de carreira, participei de vários concursos. Venci alguns (inclusive de âmbito nacional) e perdi muitos. Os que ganhei, a bem da verdade, não me acrescentaram muito (na verdade nada) em termos de currículo. Quanto à premiação, salvo raríssimas exceções, sempre foi incipiente. Alguns premiam os vencedores com livros. Ainda se fossem obras bem escritas, vá lá. Nem sempre são. Não me arrependo, porém, de haver participado de nenhum deles. Foi um teste de aferição da qualidade dos meus textos, embora tenham mais me confundido do que esclarecido..
Pitorescamente, todos os concursos que ganhei foram de poesias, gênero que não considero propriamente a minha especialidade (embora eu seja considerado poeta de razoáveis predicados literários). Recorro a ele como uma espécie de catarse, de desabafo emocional. Nunca me passou pela cabeça, portanto, me transformar-me num best-seller nesse gênero.
O que me confundiu, em certa época, foi o critério de julgamento de determinados jurados, diametralmente opostos de um concurso para outro. Textos meus, por exemplo, que sequer se classificaram entre os dez melhores em determinada competição, se tornaram os grandes vencedores em outras, de muito maior prestígio. Quem errou? Os que me desclassificaram liminarmente na primeira ocasião ou os que me deram o prêmio principal na segunda? Ambos não estavam certos! Nãio poderiam estar! Os dois só conseguiram, por conseqüência, me confundir e, pelo sim, pelo não, resolvi jamais publicar os referidos textos, por não ter a menor certeza sobre sua qualidade.
De uns tempos para cá, venho sendo convidado, amiúde, para ser jurado de alguns concursos. Apesar da minha crônica escassez de tempo, quando me parece ser algo sério e bem organizado, aceito. E jamais deixei de ler, cuidadosa e criteriosamente, todos, absolutamente todos os textos concorrentes. Nem todos os jurados agem assim. Como sei? Sabendo!
Num concurso literário promovido há algum tempo por um órgão oficial do Estado (que me reservo o direito de não identificar), todos os cinco classificados foram, rigorosamente, os que escolhi. Conversando, posteriormente, com outros membros do júri, todos confessaram que não “tiveram tempo” para ler nenhum trabalho. Confiaram cegamente nos meus critérios. Por isso, resolvi, definitivamente, não participar mais de nenhum concurso. Não vejo a mínima vantagem nessa participação. Enfim... Para quem gosta de arriscar e de se expor, que se arrisque e se exponha.
Boa leitura.
O Editor.
Um leitor assíduo do Literário, que nos acompanha desde quando ocupávamos um espaço anterior da internet, num portal de grande prestígio, me pede opinião a respeito de concursos literários. Não sou contra e nem a favor, muito pelo contrário. Mas, deixando a brincadeira de lado, entendo que há concursos e concursos. Ou seja, alguns são sérios, têm tradição e os critérios de julgamento dos trabalhos que concorrem ao prêmio são de razoáveis para bons. Outros... bem, tudo leva a crer que são imensa marmelada! Causam mais frustração do que eventuais satisfações aos concorrentes. São, em geral, os que cobram “taxas de inscrição”.
Em outros tempos, no início de carreira, participei de vários concursos. Venci alguns (inclusive de âmbito nacional) e perdi muitos. Os que ganhei, a bem da verdade, não me acrescentaram muito (na verdade nada) em termos de currículo. Quanto à premiação, salvo raríssimas exceções, sempre foi incipiente. Alguns premiam os vencedores com livros. Ainda se fossem obras bem escritas, vá lá. Nem sempre são. Não me arrependo, porém, de haver participado de nenhum deles. Foi um teste de aferição da qualidade dos meus textos, embora tenham mais me confundido do que esclarecido..
Pitorescamente, todos os concursos que ganhei foram de poesias, gênero que não considero propriamente a minha especialidade (embora eu seja considerado poeta de razoáveis predicados literários). Recorro a ele como uma espécie de catarse, de desabafo emocional. Nunca me passou pela cabeça, portanto, me transformar-me num best-seller nesse gênero.
O que me confundiu, em certa época, foi o critério de julgamento de determinados jurados, diametralmente opostos de um concurso para outro. Textos meus, por exemplo, que sequer se classificaram entre os dez melhores em determinada competição, se tornaram os grandes vencedores em outras, de muito maior prestígio. Quem errou? Os que me desclassificaram liminarmente na primeira ocasião ou os que me deram o prêmio principal na segunda? Ambos não estavam certos! Nãio poderiam estar! Os dois só conseguiram, por conseqüência, me confundir e, pelo sim, pelo não, resolvi jamais publicar os referidos textos, por não ter a menor certeza sobre sua qualidade.
De uns tempos para cá, venho sendo convidado, amiúde, para ser jurado de alguns concursos. Apesar da minha crônica escassez de tempo, quando me parece ser algo sério e bem organizado, aceito. E jamais deixei de ler, cuidadosa e criteriosamente, todos, absolutamente todos os textos concorrentes. Nem todos os jurados agem assim. Como sei? Sabendo!
Num concurso literário promovido há algum tempo por um órgão oficial do Estado (que me reservo o direito de não identificar), todos os cinco classificados foram, rigorosamente, os que escolhi. Conversando, posteriormente, com outros membros do júri, todos confessaram que não “tiveram tempo” para ler nenhum trabalho. Confiaram cegamente nos meus critérios. Por isso, resolvi, definitivamente, não participar mais de nenhum concurso. Não vejo a mínima vantagem nessa participação. Enfim... Para quem gosta de arriscar e de se expor, que se arrisque e se exponha.
Boa leitura.
O Editor.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÉ de louvar tamanha sinceridade! Afinal as coisas são como eu pensava... Pergunto: quem são então esses senhores para falarem sobre literatura?! Lamentavel é que, suspeito, esse tipo de preguiça também ande por outros lados. Quantos bons escritores se perderão por causas vãs como esta? Visita-me em Http:\\imperioterra.blogspot.com
ResponderExcluir