terça-feira, 25 de agosto de 2009


Aves fora ...

* Por Zenilton de Jesus Gayoso Miranda

Ave estreita
Furtiva figura
Em um dia cego
Nesse ante vôo razoado
Alinho, calado
De pé ante pé descalço,
E com uma réstia fria
Pelo teu bico calvo
Inconteste te laço.

Sob castas de moscas vítreas
Em festivo alvoroço
Dou-te um véu sisudo
E espumas largas
Ao teu pescoço
Para repousares salva desse tremendo escorço
Das vagas e ventos funéreos
Donde despencas vertida em tédio.

Ave implume
Moléstia do dia
Veste teu manto
Desce teu séqüito
Trina no corte
Dessa faca pífia
Serena na noite em que vagando faltas
Emplastro votivo
Aves fora vasta.

* Poeta e artista plástico

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