segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Ronda do sábado


* Por Talis Andrade


À minha amiga apraz
o convencionado pela moda,
o que se faz consagrado
nas colunas sociais.
Ai de mim, que não sou
dândi ou manequim.
A pobreza parece linda
nas vestes de um hippie.
A pobreza parece linda
nas conversas regadas
com o uísque da esquerda
festiva, os sábios
do sábado.
Alegria que resseca
no domingo,
quando todos exibirão
as verdadeiras faces.
Ressaca que continua
na segunda:
todos na feira
gritando os pregões,
que é preciso
ganhar o dinheiro
do próximo sábado.


* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).



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