segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Braulino

* Por Ana Deliberador


Braulino, filho dos índios Cizino e Barbina, cada vez que bebia – o que sempre acontecia – vinha pra frente da casa do padrinho, Zé Corrêa, deitava debaixo de uma frondosa árvore e ali ficava, até passar a bebedeira.

Braulino era de uma ingenuidade e honestidade surpreendentes.

Uma noite Joaquim Maria, o guarda, prendeu o pobre na pequena cadeia da cidade e, também já bêbado, esqueceu de trancar a porta, sentou num canto e dormiu.

A noite chegou trazendo muito frio. Braulino não conseguia dormir. Virou pra cá, pra lá e nada!

À medida em que o “porre” passava, o frio apertava. Até que, não suportando mais, saiu da cela, foi até a aldeia, pegou um cobertor. Voltou, fechou a porta, se acomodou e, finalmente, dormiu.

Joaquim era “otoridade” e ele tinha que obedecer!

* Professora, pintora e escritora


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