sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Pílulas literárias 249


* Por Eduardo Oliveira Freire


CONSCIÊNCIA

Sabia que era bonito e perfumado, mas, sentia um odor forte que não conseguia se livrar. Ficava horas no chuveiro e ainda o cheiro persistia. Refugiava-se na admiração dos outros, só que durava pouco tempo. A solidão vinha e o odor tornava-se mais presente. Ele sabia que algo estava errado, porém, ficava na superfície da racionalidade, uma vez que não queria ser tachado de louco. Quando dormia, devorava todos os calmantes que encontrava. Refugiava-se na não consciência. Um dia, percebeu-se no abismo e, pela primeira vez, não sentiu o cheiro peculiar. Deu um salto no escuro, feliz. Estava livre!

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QUANDO VEJO UM PAPEL HIGIÊNICO ESVOAÇANTE...


Lembro-me de prima Laura vestida de noiva. A pobrezinha fez o próprio vestido e amava o noivo. Mas ele fugiu para não se casar. Conheceu uma palhaça e descobriu que queria ser um palhaço, também. Os amantes saíram por aí sendo o casal mais engraçado de todos os tempos. Prima Laura ficou louca com a notícia. Rasgou o enxoval e se jogou da janela, completamente nua. No lugar, onde caiu, surgiu do nada um belo jardim admirado por todos.

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ERA UMA VEZ...

Duas princesas à espera de seus príncipes. Ficaram um longo tempo juntas e começaram a ter um vínculo forte. Quando os príncipes as salvaram e as levaram para seus respectivos reinos, elas se lembravam de quando estavam presas na masmorra e sentiam saudade dos momentos compartilhados.

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* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/



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