domingo, 15 de janeiro de 2017

Primavera em Assis

* Por Luiz Eduardo Caminha


Cá de cima, bem acima,
De seculares campanários,
Silente, contemplo a viçosa paisagem
Da Umbria, planície.

Mercê de tamanho contraste (extasiado),
Com soberbas montanhas,
Verdejantes campos,
Sinto-me, como se por um instante,
Voar eu pudesse.

Nas asas do pensamento me movo,
Viajo errante por campos e pradarias.

O silêncio que grita,
Bem alto sussurra,
Na mente, me cria frágeis imagens,
Voláteis, alegres, saltitantes.

Pouco a pouco se delineiam,
Criam contornos moventes,
Enchem o ar de encanto envolvente,
Lépidos semblantes de jovens errantes.

Consigo entender, num instante,
O encanto magia, o sonho delirante,
Dum santo que, tanto, se fez presente
Nos humildes sonhos das gentes,
Pedintes, eternos joguetes,
Do jugo, da lascívia, da concupiscência.

A paz, que esta imagem toda me traz,
Me ouve cantar, me faz assentir,
Que algo maior, soberbo, pujante,
Incapaz de caber na minha mente,
Tocou este santo e um grupo de loucos,
Magos que foram do curso da vida,
Dominaram o mal, implantaram o bem.

Transbordantes de paz, como por encanto,
Transformaram sua visão fantástica,
Numa vida de entrega, louvores, serviço.


Ah! Francisco, Clara, Angelo, Antonio,
Como o que vistes tocou-vos tanto?!?
Ah!! Se eu pudesse viver um tanto,
Ah! Quem me dera entoar um canto,
Cultivar vossa paz, pregar vosso bem,
E, num apoteótico momento encontrar-vos todos,
Prá sentir no rosto o frescor suave,
Desta brisa amena que cá em cima sopra,
Materializa estas silhuetas,
Mágicos e doces contornos,
Brisa sopro que tocou vossas faces,
Vos fez sonhar e, sobretudo,
Vos fez apóstolos, das gentes, dos ideais,
Servos do serviço, dos servos servos,
Do Senhor nosso, vosso ... Deus!!!

* Poeta e médico.


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