quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010




A lua, mas não a lua de Lorca

* Por Xênia Antunes


Havia uma rua
uma mulher nua
uma lua que subia
que descia
que aparecia e desaparecia
que se assanhava e que desistia
que hesitava e por fim se abria
fazia noite, fizesse dia.

No dia do crime da lua
— que se deu de imprevisto por causa do amor –
a rua toda emudeceu suas casas
e a mulher foi julgada
silenciosamente.

* Poetisa, jornalista, artista plástica e fotógrafa de Brasília. Autora do livro “Exercícios de Amor e Ódio”.





Um comentário: