terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


A Flip-2010 promete

Caros leitores, boa tarde.
A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano será realizada, nessa bucólica e aprazível cidadezinha do litoral fluminense (conhecida nacionalmente pela excelente cachaça que produz), entre 4 e 9 de agosto próximo.
São esperados, como já virou tradição, diversos escritores internacionais famosos (e outros, nem tanto), mas, até o momento, somente dois estão oficialmente confirmados: o irlandês Colum McCann e o britânico, de origem indiana, Salman Rushdie, que marcará presença pela segunda vez no evento (compareceu, antes, em 2005).
Ambos têm semelhanças diferenças. Por exemplo, os dois se consagraram por livros bastante polêmicos, envolvendo, de uma forma ou de outra, o mundo muçulmano. Outra característica que os iguala é o fato de serem premiadíssimos por suas várias produções literárias.
Colum celebrizou-se, sobretudo, pela publicação do romance “Let the great world spin”, com o qual conquistou o cobiçado prêmio “National Book Award”, que nos Estados Unidos é superado, apenas, em termos de prestígio, pelo Pulitzer e, no mundo, obviamente, pelo Nobel de Literatura.
O livro será publicado ainda este ano no Brasil pela Editora Record, com o título “Deixe o grande mundo girar”. Pois é, não há como impedir que ele gire, não é mesmo? O enredo desse instigante romance tem como ponto culminante o apocalíptico atentado de 11 de setembro de 2001, que redundou na destruição das torres gêmeas do “The World Trade Center”, um dos cartões postais de Nova York, evento que modificou o cenário político internacional de maneira dramática e decisiva.
A trama começa, todavia, muito antes, em 1974, com a fantástica travessia do personagem Phelippe Petit, que inspirou, aliás, bem-sucedido documentário. McCann é um dos romancistas internacionais mais em evidência na atualidade, poderíamos dizer que se trata de um “top de linha” em sua atividade.
Para os leitores terem uma idéia do interesse que desperta, basta informar que seus romances e contos já foram traduzidos para mais de 30 idiomas. Além disso, publica, com regularidade, trabalhos literários em prestigiosos órgãos de imprensa, dos Estados Unidos e da Europa, como o “The New Yorker”, “O The New York Times Magazine” e o “Paris Review”.
Colum é outro dos tantos jornalistas talentosos que fizeram a migração do jornalismo para a literatura. Contudo, transita, com a mesma competência, naturalidade e desenvoltura, nas duas áreas. Seu início de carreira jornalística foi na República da Irlanda (o Eire), no tradicional “Irish Press”.
Desde então, além dos órgãos de imprensa já citados, colaborou ou colabora com gigantes da mídia impressa nos dois lados do Atlântico, como o “Guardian”, “The Independent”, “La Repubblica” da Itália, “Paris Match” da Franca e “The New York Times”, dos Estados Unidos. Como se vê, o homem é uma “fera” (no bom sentido, claro). É, pois, um sujeito que tem muito a acrescentar, em termos de experiência, a quem comparecer à Flip-2010.
Há muito que venho ensaiando participar desse evento, mas minhas várias ocupações profissionais me impedem. Vida de jornalista é fogo! Além do que, o período em que esse encontro acontece não me é dos mais benignos. Fica muito longe das minhas férias anuais, gozadas todas em fevereiro.
Ainda assim, acompanho, com intenso interesse, pela imprensa, o que de mais relevante acontece nessa festa de arte, cultura e inteligência. A Flip, além de ser a promoção brasileira que mais traz convidados internacionais de muito prestígio, também dá espaço a escritores jovens de além-mar que são pouco ou nada conhecidos entre nós, mas com potencial imenso para “decolarem” rumo ao sucesso nesse concorrido e complexo mundo das letras.
Entendo que seja muito importante esse intercâmbio, para troca de experiências e arejamento de idéias. Recomendo-lhe, pois, amigo escritor que, se puder, participe desse evento, que cresce em importância de ano para ano.
Além de Colum McCann e Salman Rushdie, os promotores prometem trazer outros astros e estrelas internacionais ainda para a edição deste ano. Quanto aos nacionais, comprometo-me com você, caro leitor, a tratar deles oportunamente, quando o início do evento estiver mais próximo.
Sobre Colum McCann convém, ainda, registrar, até para que quem não o conheça, possa se inteirar do seu estilo e qualidade, que tem dois livros, traduzidos evidentemente para o português, lançados no Brasil: “O outro lado da luz” (Editora Record) e “O bailarino” (Girafa).
Salman Rushdie, por sua vez, dispensa comentários. Foi alvo de intensa polêmica mundial desde meados dos anos 80 do século passado, quando recebeu simbólica condenação à morte do então todopoderoso líder espiritual xiita do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, por causa do seu romance “Os versos satânicos”, considerado ofensivo ao Islã. Por tudo isso (e muito mais), a Flip-2010 promete!

Boa leitura.

O Editor.



Um comentário:

  1. Tomara Pedro...a última Bienal do Livro
    aqui no Rio foi no mínimo frustrante.
    E que venha a Flip.
    beijos

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