terça-feira, 23 de fevereiro de 2010




Discernimento com chantily

* Por Evelyne Furtado

A festa, os passos dissonantes e a queda. A solidão seguida da perplexidade. O tudo envolto em trapos. A cor dando lugar ao nada.

O mergulho profundo e o caos. Chicotes na própria carne lavada com água morna e amor, pois que só o amor cura. Mas o fundo do poço é mola e um feixe de luz atravessa a cortina.

A frase vinda de fora chama a atenção e as mãos abrem a janela. O sol invade a vida de forma absurda e o riso fora de hora é um espanto, mas também um aviso da alegria subterrânea.

No meio tempo a vontade é lúcida e a ternura acompanha a saudade para aplacar a dor. Borrões ganham contornos nítidos. Visões do inconsciente? Verdades benignas e "ais". A frase na ponta da língua e não dita. Não cessam as indagações, por isso cultiva a paciência. Quem sabe assim a vida lhe trará discernimento com chantily?

* Poetisa e cronista de Natal/RN

3 comentários:

  1. A vontade é lúcida
    mas nem sempre soberana.
    belo texto.
    Beijos

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  2. Evelyne, desta vez um pouco mais hermética e misteriosa, porém não menos sensível e talentosa. Parabéns por mais este, amiga.

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  3. Lição de fé e coragem. Admirável capacidade de se reinventar.
    Destaco o ótimo: "o fundo do poço é mola e um feixe de luz atravessa a cortina".
    A vida tem muita luz. Vai que eu te seguirei!

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