Mistura
proibida
*
Por Flora Figueiredo
Somos
a mistura proibida
por termos a essência parecida,
por pertencermos ao mesmo pecado,
por nos confundirmos quando postos lado a lado.
Polos positivo que, se contatados,
queimarão o que é direito e se desmancharão
eletrocutados.
Números primos de perfeito resultado,
nós somos só tendência, programação.
Mas esses desejos não resolvidos,
safados, pulsantes, bandidos,
vão se amadurando conosco a cada instante,
só nos tornando cada vez mais parecidos.
por termos a essência parecida,
por pertencermos ao mesmo pecado,
por nos confundirmos quando postos lado a lado.
Polos positivo que, se contatados,
queimarão o que é direito e se desmancharão
eletrocutados.
Números primos de perfeito resultado,
nós somos só tendência, programação.
Mas esses desejos não resolvidos,
safados, pulsantes, bandidos,
vão se amadurando conosco a cada instante,
só nos tornando cada vez mais parecidos.
* Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
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