segunda-feira, 18 de junho de 2018

Mãos de operário - Talis Andrade


Mãos de operário

* Por Talis Andrade

Trago nas minhas mãos de operário
o conforto de teu corpo.

No imenso do céu se perderam meus
sonhos
tão azuis que não se notaram.
Havia essa vontade de ser padre
de ser herói
de ser escritor
e tudo que não fui.
Menina ainda me fostes maior loucura,
deslumbramento.
Me empurrastes para a vida
e eu só sabia sonhar.
Mas era preciso o pão.
Os homens eram maus.
A vida, nojenta, cansada.
Vida morta que não morreu.
Só me ficou o conforto de teu corpo.

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).





Nenhum comentário:

Postar um comentário