O
bem que nos queremos
*
Por Flora Figueiredo
O
bem que nos queremos
se aninha entre as paredes dessa casa
há muito tempo nos observa
nos vê chegar, sair
fazer malas, promessas
adiar coisas, amontoar
existir levianos como sempre
e engraçados
e já com uma hist6ria
e já com outra cara.
Já nos conhece tão intimamente
sabe do humor com que acordamos
do amor com que nos maltratamos
cada ranhura e cada
pequenina estrela.
E a cada duvidar e a
cada angústia
o bem que nos queremos
permanece.
Mudam as estações, os desejos, as fases da lua
mudamos nós
o bem que nos queremos continua.
se aninha entre as paredes dessa casa
há muito tempo nos observa
nos vê chegar, sair
fazer malas, promessas
adiar coisas, amontoar
existir levianos como sempre
e engraçados
e já com uma hist6ria
e já com outra cara.
Já nos conhece tão intimamente
sabe do humor com que acordamos
do amor com que nos maltratamos
cada ranhura e cada
pequenina estrela.
E a cada duvidar e a
cada angústia
o bem que nos queremos
permanece.
Mudam as estações, os desejos, as fases da lua
mudamos nós
o bem que nos queremos continua.
* Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
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