sábado, 30 de junho de 2018

Amassis, gays e outros babados - Ruth Barros


Amassos, gays e outros babados


* Por Ruth Barros


Anabel, a escriba tolerante, tem uma amiga fofa, inteligente, bonita, simpática, professora – doutora formada em Paris que dá aula em renomada faculdade. Pois a fofa está tendo problemas em manter a disciplina na sala. Isso porque, na tal escola finesse-frescura na qual ela leciona, inventaram uma moda de “visibilidade gay”, que não é só o cara sair do armário não, é sair com tudo, escancarando, doa a quem doer (duela a quien duela, para os saudosistas do portunhol do senador eleito Fernando Collor), onde, quando e na cara de quem for. O resultado é que, principalmente entre as meninas – a moda pegou principalmente entre elas – existem cenas explícitas de carinhos, beijos e amassos calientes. A situação já seria digamos, delicada, se ficasse limitada aos pátios e aos recreios, mas não, invadiu a sala de aula com tudo. E a professora fica de pés e mãos atados:

- Primeiro quero deixar claríssimo que não tenho nada contra gay ou qualquer tipo de manifestação de sexualidade consentida, que não force ninguém, como pedofilia – diz minha amiga querida. Depois devo dizer que acho que sala de aula não é lugar de beijos e amassos independente de onde eles venham, que seja de um casal 20 feito a Angelina Jolie ou o Brad Pitt, pouco importa.

A escriba ficou sem entender. O que têm Jolie e Pitt com isso? Minha amiga explicou com toda a paciência da boa professora que ela é:
- O problema é que, se fosse um casal hetero, dava pra mandar parar. Se for chamar atenção dos casais gays ainda corro o risco de ser linchada, pelo menos moralmente falando, ser tratada como agressora dos gays, intolerante, vai por daí afora. E reclamar junto à direção da escola também não vai refrescar em nada, pelo contrário, essas coisas de espalham e além de me rotularem de intolerante vão me dizer também incompetente para botar moral na sala.

Anabel Serranegra está louca pelo fim do segundo turno, para não ter mais de agüentar o horário eleitoral

* Maria Ruth de Moraes e Barros, formada em Jornalismo pela UFMG, começou carreira em Paris, em 1983, como correspondente do Estado de Minas, enquanto estudava Literatura Francesa. De volta ao Brasil trabalhou em São Paulo na Folha, no Estado, TV Globo, TV Bandeirantes e Jornal da Tarde. Foi assessora de imprensa do Teatro Municipal e autora da coluna Diário da Perua, publicada pelo Estado de Minas e pela revista Flash, com o pseudônimo de Anabel Serranegra.




Nenhum comentário:

Postar um comentário