segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Tudo é transitório


* Por Fabiana Bórgia


Pode parecer triste, mas não é. Simplesmente, tudo na vida é passageiro. Vivemos de momentos, instantes que nunca mais voltam.

Não consigo enxergar tristeza neste fato. Somos seres substituíveis, o que não significa que somos descartáveis. Temos um ciclo. Seja no trabalho, seja nos relacionamentos, seja no nosso próprio corpo.

A sabedoria da vida não está apenas em fazer aquilo que se gosta, nem em gostar daquilo que se faz, mas sim em fazer o que deve ser feito, gostando ou não, e sem reclamar. A falta de reclamação aqui toma um sentido mais profundo. Assume o sentido de que é preciso enxergar o lado bom das coisas e aproveitar a chance para amadurecer.

No meu caso, eu escolho plantar caminhos. E vou jogando sementes nestes vários caminhos, que se tornam verdadeiras plantações. Quando um acaba, sempre tenho outro a tomar. Existem alguns que eu ainda nem percorri. Talvez nem haja tempo ao longo de minha existência para isso, por ter plantado imensos latifúndios.

Só não sou muito boa com a colheita, que demanda uma paciência de Jó. Mas até isso tenho aprendido. E creio que a chuva vem no momento certo.

Há períodos de seca. Outros de dilúvio. Não me agrado com isso, mas entendo. Entendo, porque viver é saber entender que a vida segue seu curso, sem que você possa oferecer qualquer explicação.

O segredo é aceitar. A própria limitação e a infinitude da continuação, que talvez já não caiba mais a você, a mim, a nós.

Tudo na vida é transitório. Esta é a maior lição de humildade que aprendi.

•      Escritora por vocação e advogada por formação. Paulista por natureza e carioca por estado de espírito. Engenheira de sonhos: alguém em eterna construção. Autora do livro “Traços de Personalidade”


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