sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Mais lúcido do que nunca


* Por Eduardo Oliveira Freire


Relembrando de alguns episódios da minha vida, fico vermelho de vergonha. Como em um dia, tinha acabado de escrever um texto e queria mostrar para meus colegas, sentindo-me O ESCRITOR.

Quando lia, ninguém deu bola e fiquei chateado na época. Hoje, percebo que fui imaturo. Não preciso fazer nada para ter aprovação dos outros. Continuo a escrever mesmo que ninguém leia.

Farei vários contos e romances que nunca existirão, pois não serão lidos. Serei o escritor de obras não lidas. Agora, com licença, vou á minha noite de autógrafos.

O espaço está vazio e só estão as pessoas do bufê. Olham-me com pena, mas estou feliz de publicar meu livro, mesmo que eu esteja sozinho no lançamento.

A noite está mágica e a lua parece que sorri para mim. Quando tudo terminar, deixarei os exemplares por aí e se uma pessoa ler, ficarei contente.

Não quero mais nada. Posso não ser um escritor, porém, escrever é minha segunda respiração e se parar, irei me tornar um morto vivo. Ouvi um garçom do bufê dizer que sou louco por ter oferecido um exemplar do meu  livro, discordo. Estou mais lúcido que nunca!

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/


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