De
Heloísa para Abelardo
*
Por Zélia Bora
Amor
meu,
enfim
chegastes
rompendo
a minha eternidade seminal
meu
voo é leve
como
uma felicidade
compatível
que
encanta os sentidos.
Ah!
esta liberdade
que
faz de mim
esse
ser refratário
exposto
à maravilha da hora
SER
EU
ateu,
feliz.
***
Me
possuo,
desabrochada
em pura felicidade do momento
pacto
secreto da finitude.
Me
possuo,
como
a erupção do meu absoluto.
Meu
Outro,
alma
exilada que agora volta para casa
saciada
de tantas viagens
TU,
meu verdadeiro outro
***
Mergulho
em ti.
Sou
esse ente desenraizado
que
se dá ao extremo…
e
convida-te
a
assumir o teu próprio ser
para
além dos nossos corpos.
Não
te percas nas possibilidades
fatuais,
pois
A
MORTE É CERTA.
Acompanha-me
vida minha
encontra
esse outro modo da certeza
que
emerge dessa estranha alegria.
***
Rasga-me
uma comoção muda
e
vejo que não venci a angústia da morte
essa
satisfação do amor insatisfeito
e
solidão dos sentimentos
que
não encontra respostas.
Estou
só, irremediavelmente só
então,
fecho os olhos e adormeço
sem
projetos
* Zélia Bora tem doutorado
em Estudos Portugueses e Brasileiros, pela Brown University, USA e
atualmente é professora de Literatura Brasileira da Universidade
Federal da Paraíba –UFPb.
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