Ame!
* Por
Evelyne Furtado
Qual é a graça? Sim. A
sua graça. Muito prazer! Sou Evelyne. Veca para os íntimos. O apelido que meu
pai me deu. Gosto das duas formas. Minha mãe escolheu Evelyne Maria e hoje acho
bonito e significativo.
Também gosto do seu.
Nome de pessoas queridas.
O que eu faço? Vivo. O
que gosto mais de fazer é amar. Amo minha filha, minha mãe, meu pai, que já não
mora aqui na terra, mas permaneço amando, meus irmãos, tios, primos, sobrinhos,
amigos...
O amor romântico?
Desse nem falo. É o amor que mais me impulsiona, me revira a cabeça, corpo,
alma e coração. E não tem garantia como os demais que citei. Talvez seja por
isso que me desestabiliza.
Tenho tanto medo de
perder e perco, às vezes sem explicação. Se dói? Uma das maiores dores. Mas
vale à pena. Melhor que nunca ter amado.
Aconselho: ame! E
tente não ter medo. É a maior aventura do ser humano. Melhor que montanha
russa. Melhor até que ir à lua.
E a ternura do antes e
depois? Não é bom? Ah, meu Deus! É coisa de Deus sim.
Não se preocupe com
"amores" passageiros. Eles nos preparam para os outros. Aquele que
permanece é impossível de ser ignorado.
Há que se ter uma boa
dose de paciência, confiança e atitudes afetuosas. Cumplicidade e respeito
também. Entregar-se a quem se ama é a suprema liberdade
Nem sempre dá certo.
Às vezes depois de tudo isso os amantes não se reconhecem mais. Dá uma pena de
quem não sabe avaliar os diamantes que a vida oferece. De quem escolhe o
orgulho como escudo. Esses sabem muita coisa da vida, mas não o mais sublime
que é a emoção compartilhada do começo ao fim. Esses desconhecem o perdão,
coisa mais santa e amorosa.
Eu não sou assim.
Mulher imperfeita, não passaria em muitos vestibulares da vida. Mas passo com
louvor quando se trata de perdoar a quem amo.
Afagos, cafunés, colo
e deleites são comigo. Abraço minha filha várias vezes por dia. Está assustado?
Não vou lhe abraçar se você não quiser. Só abraço quando sinto reciprocidade.
O mesmo digo do beijo
entre amantes e do que vem depois do beijo. Essa parte do amor é absolutamente
dona de si e não tenho o menor controle depois que começa.
Ame!
*
Poetisa e cronista de Natal/RN
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