domingo, 28 de agosto de 2016

Santa Ceia


* Por Edmundo Pacheco


É meia noite
Coração,
Peito em brasa,
Num turbilhão
Imaginações sem asas
Amores platônicos
Eternos
Que duram minutos
Deixam anjos atônitos
Amores absolutos
Que jamais foram além de um olhar

É meia-noite
O vento varre a poesia, num açoite
A noite, oculta o cadáver do poeta

É meia-noite
Árida
Irada
Raivosa

É meia-noite
Hora de acordar a morte
E rogar-lhe a sorte
Da boa hora
De ir embora

É meia-noite
Hora de se calar

É.
É meia-noite
Da meia poesia e meia
Que nasceu morta, nesta macabra ceia...

* Escritor por devoção, 46 anos, poeta por impulso, jornalista por profissão há 28 anos. Pai da Édile e do Dilee, marido da Sueli, avô da Julia. Três ou quatro livros escritos, nenhum publicado (procura editora, séria, desesperadamente). Perfil? Bom, já  foi bóia-fria, catador de batatas, lavador de banheiros, pasteleiro, feirante, churrasqueiro de restaurante beira de estrada, pacoteiro, vendedor de tecidos, derrissador de café, repórter de impresso, pauteiro de TV, assessor de imprensa, revisor, diagramador, editor de texto de  TV, funcionário público estadual e municipal, dono de lanchonete, confeccionista, balconista, corretor de imóveis, editor-chefe de telejornal, entre outros... Atualmente vende sanduíche natural na praia de Inajá, onde mora.



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