segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011


Variações em Tom Maior

* Por Yeda Prates Bernis

A noite, trêmula,
com seu fardo de sombras
nos ombros.

Ponteiros invisíveis giram,
esgarçam, pouco a pouco,
um fado de opaca tristeza.

Um galo, voz claríssima,
chameja em prata
espaço entre as trevas.

Borboletas brincam de roda:
sobre um sino
acordam o silêncio de bronze.

Uma azaléia
molhada de cristal
ensaia vôo.

Asas de andorinhas
salpicam no céu
claridades e levezas.


• Poetisa membro da Academia Mineira de Letras

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