Tinha uma pedra no meio do caminho
* Por Fabiana Bórgia
Tenho imensas plantações de sonhos. Na verdade, latifúndios. Já escrevi sobre isso, mas o tema não é repetitivo. Planto. Adubo. Faço chover. Respeito os períodos de seca. E hoje descobri que tudo sempre depende de chão. De algumas certezas.
As incertezas devem ser deixadas ao solo, e não espalhadas pelo vento. As sementes têm o potencial pronto. O terreno tem que ser fértil. É preciso fortalecer o solo antes de qualquer outra iniciativa.
Tenho podado dificuldades, alinhado as folhas, impedido pestes. Amadurecer dói, mas é libertador. Paciência é virtude que deve ser semeada junto às demais. Não se cresce do dia para a noite.
O que eu tenho plantado além de sonhos? Resolvi deixar os sonhos germinando lentamente. Quero respeitá-los. Tenho plantado meus pés. Resolvi tirar os sapatos, andar descalça, sentir a firmeza do que eu posso pisar. Uma vez ou outra, aparece uma pedra no meio do caminho. Mas não estranho. Drummond já havia me alertado. Confesso que gosto. O caminho está mapeado.
• Escritora por vocação e advogada por formação. Paulista por natureza e carioca por estado de espírito. Engenheira de sonhos: alguém em eterna construção. Autora do livro “Traços de Personalidade”
Tenho imensas plantações de sonhos. Na verdade, latifúndios. Já escrevi sobre isso, mas o tema não é repetitivo. Planto. Adubo. Faço chover. Respeito os períodos de seca. E hoje descobri que tudo sempre depende de chão. De algumas certezas.
As incertezas devem ser deixadas ao solo, e não espalhadas pelo vento. As sementes têm o potencial pronto. O terreno tem que ser fértil. É preciso fortalecer o solo antes de qualquer outra iniciativa.
Tenho podado dificuldades, alinhado as folhas, impedido pestes. Amadurecer dói, mas é libertador. Paciência é virtude que deve ser semeada junto às demais. Não se cresce do dia para a noite.
O que eu tenho plantado além de sonhos? Resolvi deixar os sonhos germinando lentamente. Quero respeitá-los. Tenho plantado meus pés. Resolvi tirar os sapatos, andar descalça, sentir a firmeza do que eu posso pisar. Uma vez ou outra, aparece uma pedra no meio do caminho. Mas não estranho. Drummond já havia me alertado. Confesso que gosto. O caminho está mapeado.
• Escritora por vocação e advogada por formação. Paulista por natureza e carioca por estado de espírito. Engenheira de sonhos: alguém em eterna construção. Autora do livro “Traços de Personalidade”
Ainda não havia pensado em sonhos como
ResponderExcluirplantação...
Então os meus estão precisando de uma boa
poda, sem ser radical, pois os sonhos me fazem sorrir.
Abraços
Ainda melhor do que plantar sonhos é colhê-los. Quem planta vento colhe pedras desmoronadas? Nesse caso é indispensável conhecer(mapear) o caminho. Texto poético, borbulhante de poesia e perigos.
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