Rosa azul
* Por
Pedro J. Bondaczuk
Ela morreu
Eis seu cortejo de formigas
seguindo assanhadas.
O sacerdote Tempo,
vestido de jade,
lê na Bíblia do infinito
uma passagem de fogo
com sua voz de trovão...!
E a Noite,
mãe de todas as coisas,
quase desfalecendo,
encheu-se toda de tristezas
e desfez-se em prantos,
com lágrimas de cristal.
Chove! Não vês?
É a Noite que pranteia
a filha que o vento gerou
em suas misteriosas entranhas.
Ela morreu!
A Noite está triste!
Morreu a rosa azul
do sonho de um menino
e os ciprestes, em coro,
entoam-lhe um requiém!
(Poema composto em 13
de abril de 1963 e publicado na "Gazeta do Rio Pardo" em 3 de
novembro de 1968).
*
Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas
(atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e
do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe,
ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova
utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance
Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991
a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição
comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio
de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O
Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk
Que belo! É a cara da minha infância. Em 68 eu tinha 13 anos. Foi no mesmo ano de Alegria, alegria.
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