sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Refletindo a vida

* Por Maura Soares


Nestes dias que correm cada vez mais loucos há que se fazer bastante esforço para manter a calma ao apelo do comércio “compre,compre”, a exposição na mídia, “vejam como estou linda”... “olhem a minha casa como está luxuosa”, enquanto na rua vizinha a mãe com o filho doente, sem poder adquirir o remédio necessário, faz com que reflitamos que as pessoas estão cada vez mais desumanas e indiferentes à dor alheia.

O “ter” há muito substituiu o “ser”. A proliferação de igrejas não diminuiu o problema, eis que há o incentivo de “abrace Jesus e ele te dará vida farta”. Na ilusão de ser como o vizinho, a pessoa se ilude. E vem a desilusão, a tristeza, o estresse, a depressão e, em muito casos, o óbito.

Esquecem que o que deve haver é a reforma íntima. Mudança de atitudes. Procurar a melhoria de vida, deverá ser a meta de todas as pessoas, mas sem perder a ternura, o amor ao próximo, o desejo de ascender na vida através do trabalho honesto, do bem viver com harmonia.

Amar-se em primeiro lugar; procurar obter o necessário para não passar necessidades no mundo atual, em que as coisas materiais é que são valorizadas.

Preservar a família, os costumes sadios, o sorriso das crianças, o encantamento em tê-las no convívio se não diário, pelo menos nos fins de semana.

O “ser” Amor, o “ser” com os entes queridos, cada qual trabalhando em harmonia com os outros, dando e tendo o suficiente para viver com as coisas boas que a vida honesta oferece e não à procura incessante de coisas materiais, na vã ilusão de que se exibindo,  às vezes numa falsa alegria – sobretudo nas redes sociais – mostrando carros, joias, casas com ambientes enormes que nem se usam, a pessoa será feliz.

Ledo engano.

Vã ilusão.

Pensem nisso.

* Maura Soares, do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, Academia Desterrense de Letras e Grupo de Poetas Livres.


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