Refletindo a vida
* Por
Maura Soares
Nestes dias que correm
cada vez mais loucos há que se fazer bastante esforço para manter a calma ao
apelo do comércio “compre,compre”, a exposição na mídia, “vejam como estou
linda”... “olhem a minha casa como está luxuosa”, enquanto na rua vizinha a mãe
com o filho doente, sem poder adquirir o remédio necessário, faz com que
reflitamos que as pessoas estão cada vez mais desumanas e indiferentes à dor
alheia.
O “ter” há muito
substituiu o “ser”. A proliferação de igrejas não diminuiu o problema, eis que
há o incentivo de “abrace Jesus e ele te dará vida farta”. Na ilusão de ser
como o vizinho, a pessoa se ilude. E vem a desilusão, a tristeza, o estresse, a
depressão e, em muito casos, o óbito.
Esquecem que o que
deve haver é a reforma íntima. Mudança de atitudes. Procurar a melhoria de
vida, deverá ser a meta de todas as pessoas, mas sem perder a ternura, o amor
ao próximo, o desejo de ascender na vida através do trabalho honesto, do bem
viver com harmonia.
Amar-se em primeiro
lugar; procurar obter o necessário para não passar necessidades no mundo atual,
em que as coisas materiais é que são valorizadas.
Preservar a família,
os costumes sadios, o sorriso das crianças, o encantamento em tê-las no
convívio se não diário, pelo menos nos fins de semana.
O “ser” Amor, o “ser”
com os entes queridos, cada qual trabalhando em harmonia com os outros, dando e
tendo o suficiente para viver com as coisas boas que a vida honesta oferece e
não à procura incessante de coisas materiais, na vã ilusão de que se
exibindo, às vezes numa falsa alegria –
sobretudo nas redes sociais – mostrando carros, joias, casas com ambientes
enormes que nem se usam, a pessoa será feliz.
Ledo engano.
Vã ilusão.
Pensem nisso.
*
Maura Soares, do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, Academia
Desterrense de Letras e Grupo de Poetas Livres.
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