Oceano...
* Por
Eduardo Oliveira Freire
Durante anos tinha
medo de mostrar os textos que escrevia compulsivamente, quando imaginava um
olhar crítico desnudando suas obras e revelando que várias passagens são ecos
de outras narrativas.
Sente um frio na
espinha. Nunca plagiou nada de ninguém, porém quando comentava sobre um conto
que havia terminado, alguém dizia que já ouvira falar. Isto o frustrava
bastante; deletava diversos arquivos do computador.
Uma vez, conversando
com um amigo, o outro lhe disse de repente: “Sabe qual é o seu problema? Você
se leva muito a sério e esta barreira de escrúpulos aprisiona sua alma.”.
No início, não gostou
de ouvir a opinião do amigo. “Quem ele pensa que é, para saber o que tem dentro
da minha cabeça?”. Porém, o conselho atiçava toda hora seus pensamentos.
Até então, sempre se
trancava. Ligou o computador e deixou a fantasia manar como um rio. Nem se
preocupou se as imagens que descrevia eram genuínas da sua imaginação.
Começou a acreditar
que através dos sonhos, todos os indivíduos se banhavam numa fonte ancestral e
inesgotável: O oceano das quimeras.
*
Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante
a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
Confiar em si é tudo. A opinião alheia é importante, mas, embora o tudo e o nada estejam mais próximos do que se pensa, o melhor é escrever para agradar a si. Caso agrade aos demais, muito melhor. Você escreve a cada dia mais solto, Eduardo.
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