sexta-feira, 20 de maio de 2016

As batalhas desta guerra

* Por Dom Pedro Casaldáliga


Há quem declarou a guerra
E nunca entrou na batalha.
Há quem entrou na batalha
E não se deu conta que era uma guerra.

A trincheira, meu irmão,
É tão larga como o mundo:
Vai do pátio da tua casa
Até o trono do império;
Arranca em teu coração
E vá ao coração de todos.

O clarim do galo canta
A noite fecha suas lojas
(fecha os sonhos, irmão;
abre os olhos e o livro).

Esta guerra não se acaba;
As batalhas desta guerra
Recomeçam a cada dia.

(Poema de 1994).


* Bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia.

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