quinta-feira, 19 de maio de 2016

Suspense e mistério



Uma das temáticas mais exploradas, ultimamente, na literatura mundial e que, pelo visto, é um filão praticamente inesgotável, é a que traz à baila histórias de suspense, mistério e terror. Abundam romances, contos e novelas, além de revistas em quadrinhos quase sempre transformados em filmes campeões de bilheteria, com personagens exóticos, doentios, homicidas e aberrantes.

É uma sucessão de zumbis, de vampiros, de lobisomens e quetais que não acaba mais. Confesso que esses não são, exatamente, temas da minha predileção. Prefiro assuntos mais instigantes, mais inteligentes e, sobretudo, mais verossímeis, que tenham algo a ver com minha vida. A menos que se tratem, claro, de histórias criadas por um gênio, precursor de três vertentes literárias: ficção científica (ao lado de Júlio Verne), terror e mistério e contos policiais.

Refiro-me a Edgar Allan Poe, sujeito com uma vida tão cheia de incidentes, que sua biografia se constitui, em si, num enredo dos mais atrativos, interessantes e movimentados, posto que verídico. Esse escritor talentoso (na verdade genial) nasceu em 19 de janeiro de 1809. Sua data de aniversário eu não esqueceria jamais. Precede em um dia a minha.

Sua sucessão de infortúnios começou na mais tenra infância. Edgar era filho do ator David Poe Jr., que, no entanto, não assumiu a paternidade. Largou da mulher, com o bebê no colo, em 1810. A mãe, também atriz, Elizabeth Arnold Hopkins Poe, morreu em 1811, vitimada pela tuberculose. Subitamente, o garotinho se viu só, sem pai e nem mãe, ameaçado de abandono.

A providência, porém, agiu em seu favor. Um rico e bem-sucedido comerciante de tabaco de Richmond, na Virgínia, Francis Allan, adotou-o, posto que informalmente. A adoção nunca foi oficializada, mediante documentos. Todavia, o empresário criou-o como filho legítimo.

Não vou, claro, reproduzir sua história, dramática e infeliz, até porque escrevi, há uns quatro ou cinco anos, uma série de textos abordando esses aspectos. Não esgotei o assunto, mas dei boa indicação de quem ele foi e, principalmente, o que fez, O que me importa é seu talento, enquanto escritor. Tanto que a maioria dos historiadores considera que a rica, prolífica e criativa literatura norte-americana começou, de fato, com Edgar Allan Poe. Concordo, embora com restrições, com essa afirmação.

Além de um dos fundadores da ficção científica, criou, também, o gênero de narrativas de suspense e de terror. Ademais, suas novelas como “Os crimes da Rua Morgue”, “A carta roubada” e o “Mistério de Maria Roget” estão entre as primeiras obras reconhecidas como policiais.

Os escritores atuais, de histórias de mistério, suspense e terror, com todo o respeito que me merecem, a despeito de esgotarem edições e mais edições, em sucessivos best-sellers e de terem seus enredos transformados em filmes campeões de bilheteria, não chegam nem aos pés de Edgar Allan Poe. Mas isso já é querer demais. Afinal (infelizmente) gênios não proliferam por aí.

Boa leitura.

O Editor.

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