Enganos da memória
* Por
Eduardo Oliveira Freire
Ao remexer nos
arquivos do computador, encontro um texto que considerava ser meu, pois
espelhava muito bem meus sentimentos na época. Não sei como explicar, mas as
palavras soavam tão íntimas que me recordava do momento que as concebi.
Republiquei no blog...
“Terapia”
Não tinha companhia e
sua mente vivia povoada de vozes e cantos sem resposta. Quando entrou nas águas
da lagoa, pode encontrar aqueles que o habitavam. Então conversava com eles e
os acariciava por muitas horas. Só deixava as águas para dormir. Adoeceu,
morreu gripado mas, nunca mais se sentiu só”. (http://microargumentos.blogspot.com.br/2014/10/terapia.html).
Dias depois, uma amiga
escreveu no comentário: “Querido, este conto é meu. Sei que não fez por
maldade, talvez acreditasse que fosse seu mesmo ou foi mera distração... A
memória é danada, sempre nos prega uma peça”.
Coloquei os devidos
créditos e me desculpei. Entretanto, experimentei um vazio devastador. Queria
que o texto fosse meu e um desejo secreto de roubá-lo surgiu. Maldita memória
por que brinca com meus sentimentos?
Só ouço seu silêncio
como resposta.
*
Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante
a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
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