

Subida
* Por Flora Figueiredo
Quando o dia acorda atravessado,
escalo uma montanha.
É meu próprio caminho
em direção ao sol.
Mochila nas costas,
carrego o principal
não levo nem perguntas,
nem respostas.
Ponho um ramo de sonhos
que vou plantando pelo caminho,
a flauta encantada
pra seduzir passarinho,
a estrela companheira
que brilha o tempo inteiro
e mantém a trilha iluminada;
um frasco de água benta,
uma reza certeira;
um arco-íris à prova de vento,
um peito aberto à prova de nada.
Devagarzinho,
sem pressionar o tempo,
chego ao meu destino.
Respiro fundo,
abro os braços,
canto um hino de sagração ao mundo
- e agradeço –
por ter descoberto de repente
por onde se começa um recomeço.
• Poetisa, cronista e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
* Por Flora Figueiredo
Quando o dia acorda atravessado,
escalo uma montanha.
É meu próprio caminho
em direção ao sol.
Mochila nas costas,
carrego o principal
não levo nem perguntas,
nem respostas.
Ponho um ramo de sonhos
que vou plantando pelo caminho,
a flauta encantada
pra seduzir passarinho,
a estrela companheira
que brilha o tempo inteiro
e mantém a trilha iluminada;
um frasco de água benta,
uma reza certeira;
um arco-íris à prova de vento,
um peito aberto à prova de nada.
Devagarzinho,
sem pressionar o tempo,
chego ao meu destino.
Respiro fundo,
abro os braços,
canto um hino de sagração ao mundo
- e agradeço –
por ter descoberto de repente
por onde se começa um recomeço.
• Poetisa, cronista e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
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