Sempre testemunharei ao meu redor
* Por Seu Pedro
Normalmente, aos domingos, pela manhã, quando meu fogão está apagado, eu de café tomado e meus pardais alimentados, sinto-me na paz de Deus. E minhas dividas e créditos ficam para as preocupações de segunda. O povo da casa, neste dia, vai à missa na Matriz, ver a moda e ouvir as novidades da cidade. No intervalo das fofocas, ouvie o sermão do padre.
Um CD romântico me faz de preguiçoso no velho sofá, que fica bem pertinho da porta de entrada. Nunca chegam sozinhos os “Testemunhas de Jeová” que, por isto, são irmãos. Ocupam o lugar vazio deixado por outros cristãos que só visitam irmãos salvos e da mesma denominação. A visita que recebo justifica o que dizemos: “Dia do Senhor!”.
Minha conversa com os irmãos testemunhas é franca. Após ouvi-los, pois dizem coisas boas e ocupam meu tempo disponível naquelas manhãs, revelo que também sou testemunha de Jeová. E brinco: “Só não sei se já testemunhei”. Literalmente, todas as obras de Deus ou do diabo, principalmente as que acontecem ao meu redor, me fazem de testemunha. Mas não me fazem, obrigatoriamente, testemunhar, ou seja, relatar o que sei sobre aquele momento. E cada domingo sou testemunha dos irmãos testemunhas. Conto como estes se dedicam à mensagem do nosso Jeová, dentro de uma interpretação diferente entre as milhares que a Bíblia Sagrada nos permite.
Depois que se vão, volto à minha normalidade, não deixando de refletir sobre as muitas moradas da casa do Pai, onde existe abrigo até para quem é ateu e à-toa. Procuro vigiar sem ser membro da Sociedade Torre de Vigia. E procuro fazer valer quando digo que sou Cristão, pois não há cristão autêntico que seja radical. Afinal, todos os ensinamentos de Jesus Cristo caminham para um: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo”. Eis a chave de todas as doutrinas, que para nós, estando certas ou erradas no entendimento delas, buscam nosso Deus.
Nesta madrugada termino meu domingo com saudades de meus irmãos testemunhas. Eles não me visitaram neste dia. O que terá acontecido? O Reino de Deus já chegou e não estou sabendo? Só sei que o Céu, onde está o Reino, começa onde a terra termina. Já repararam que a terra fica abaixo da sola de sua sandália? O céu começa ai, e nele transitam os justos e os pecadores, também os ateus e à-toas. Transitar no Céu não quer dizer que nele se esteja para sempre. Muitos, após a morte, se tornam eternamente mortos. Cavaram na terra uma sepultura para a qual descem e de lá não ressuscitam.
(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.
* Por Seu Pedro
Normalmente, aos domingos, pela manhã, quando meu fogão está apagado, eu de café tomado e meus pardais alimentados, sinto-me na paz de Deus. E minhas dividas e créditos ficam para as preocupações de segunda. O povo da casa, neste dia, vai à missa na Matriz, ver a moda e ouvir as novidades da cidade. No intervalo das fofocas, ouvie o sermão do padre.
Um CD romântico me faz de preguiçoso no velho sofá, que fica bem pertinho da porta de entrada. Nunca chegam sozinhos os “Testemunhas de Jeová” que, por isto, são irmãos. Ocupam o lugar vazio deixado por outros cristãos que só visitam irmãos salvos e da mesma denominação. A visita que recebo justifica o que dizemos: “Dia do Senhor!”.
Minha conversa com os irmãos testemunhas é franca. Após ouvi-los, pois dizem coisas boas e ocupam meu tempo disponível naquelas manhãs, revelo que também sou testemunha de Jeová. E brinco: “Só não sei se já testemunhei”. Literalmente, todas as obras de Deus ou do diabo, principalmente as que acontecem ao meu redor, me fazem de testemunha. Mas não me fazem, obrigatoriamente, testemunhar, ou seja, relatar o que sei sobre aquele momento. E cada domingo sou testemunha dos irmãos testemunhas. Conto como estes se dedicam à mensagem do nosso Jeová, dentro de uma interpretação diferente entre as milhares que a Bíblia Sagrada nos permite.
Depois que se vão, volto à minha normalidade, não deixando de refletir sobre as muitas moradas da casa do Pai, onde existe abrigo até para quem é ateu e à-toa. Procuro vigiar sem ser membro da Sociedade Torre de Vigia. E procuro fazer valer quando digo que sou Cristão, pois não há cristão autêntico que seja radical. Afinal, todos os ensinamentos de Jesus Cristo caminham para um: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo”. Eis a chave de todas as doutrinas, que para nós, estando certas ou erradas no entendimento delas, buscam nosso Deus.
Nesta madrugada termino meu domingo com saudades de meus irmãos testemunhas. Eles não me visitaram neste dia. O que terá acontecido? O Reino de Deus já chegou e não estou sabendo? Só sei que o Céu, onde está o Reino, começa onde a terra termina. Já repararam que a terra fica abaixo da sola de sua sandália? O céu começa ai, e nele transitam os justos e os pecadores, também os ateus e à-toas. Transitar no Céu não quer dizer que nele se esteja para sempre. Muitos, após a morte, se tornam eternamente mortos. Cavaram na terra uma sepultura para a qual descem e de lá não ressuscitam.
(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.
Respeitar a todos os credos e a ausência deles é uma excelente política de boa convivência. Para aniquilar, destroçar e matar em nome de Deus, bastam as guerras oficiais.
ResponderExcluirComo gostei de sua crônica, seu Pedro. Embora cristã, não tenho tanta paciência, para ouvir os evangélicos que batem à minha porta. Só gosto de encontrar com Deus quando a iniciativa é minha.
ResponderExcluirUm amigo meu me contou que um dia os recebeu e quando eles chegaram, ele lhes deu uma tarefa: ajudar a lavar o carro e a capinar o jardim. Sabe que meu amigo disse que nunca mais eles voltaram?