terça-feira, 10 de maio de 2011










Vagão abandonado nos jardins da UBE

* Por José Calvino de Andrade Lima

Em visita à sede da União Brasileira de Escritores (UBE-PE), em Casa Forte, Recife, conhecida também como Casa Rosada, denunciei ano passado que se encontra completamente abandonado o vagão de trem da antiga Great Western, antes que era usado como Sala de Leitura e Livraria e inaugurado durante a gestão do então presidente da entidade, Flávio Chaves. O referido vagão da Refesa, que fora recuperado e doado pela CBTU/MetroRec (Metrô do Recife), nunca teve a manutenção devida e isso decepcionou-me porque faltam muitos requisitos para sua restauração. Daí a situação atual do belo vagão. A tesoureira da entidade, valendo-se de desculpas esfarrapadas, disse que o dito vagão não pertence à entidade e que sua manutenção é de responsabilidade do MetroRec. Ora, todos os freqüentadores assíduos da UBE sabem que nem a própria Casa Rosada tem manutenção e que, por conta das recentes chuvas, seu telhado desabou. Agora, eu me pergunto: a responsabilidade pela manutenção da UBE é de quem? Pela segunda vez deixo de pertencer aos quadros da União, justamente por causa do desleixo dos dirigentes que nunca ligaram para sua conservação.
Todos sabem de minha paixão pela ferrovia e que sou autor dos livros “O ferroviário”, “Trem Fantasma” e do teatro “Trem & Trens”. Há muito boa literatura, pintura, música e teatro, em torno do tema trem. Quem não se lembra do “Trem Caipira”, de Villa Lobos? “A Moça e o Trem”, de João Cabral de Melo Neto? E do “Trem de Alagoas”, de Ascenso Ferreira?
“(...) Todos nós temos ‘um pouco de trem’ nas nossas vidas (...) O trem é elemento presentemente constitutivo da literatura universal. O mundo de Eça de Queiroz está vivamente impregnado de ‘comboios’ no seu vasto romance, bem como na sua própria vida particular, em suas constantes andanças por terras de França e Inglaterra, quando cônsul de Portugal naquelas terras européias. (Prefácio do teatro “Trem & Trens”) .

* Formado em comunicações internacionais, escritor, teatrólogo, teólogo, poeta, compositor, e rei do Maracatu Barco Virado. Como escritor e poeta, tem trabalhos publicados nos jornais: Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio, Folha de Pernambuco e em vários sites... Tem 11 títulos publicados e um (1) inédito.

Um comentário:

  1. Sabemos que as autoridades estão empenhadas
    em causas mais urgentes(assim espero), porém
    considero o vagão um acervo considerável.
    É Zé...o jeito é continuar cobrando.
    Beijão

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