quarta-feira, 4 de maio de 2011



Quando o poder sobe à cabeça

* Por Alexandre Lana Lins

O poder, realmente, não pode ser conquistado por algumas pessoas. È um perigo. É o início do reinado da solidão e do autoritarismo. E isso acontece com indivíduos que atingem as primeiras hierarquias de uma grande empresa, do poder público e até mesmo de lojas de grande e pequeno porte.
Semana passada, eu presenciei um ego inflamado e um autoritarismo com a arrogância de um rei nu. Em uma grande loja de esportes do principal e mais antigo shopping de Belo Horizonte, estava com meu irmão fazendo uma pequena compra. Um grupo de vendedores estava conversando animadamente, já que tinham poucos clientes na loja. Eis, que levo um susto com o gerente gritando com os jovens: “ Ei, vocês” Que isso! Tem um no celular, outro no computador. Se não tem clientes, vão para o almoxarifado arrumar caixas!”.
Falou de uma maneira mal educada perto dos clientes que visitavam ou compravam na loja. O que era pior? Presenciarmos jovens conversando alegremente, enquanto esperavam por clientes, ou ver uma bronca de um gerente? Perguntei a um vendedor, como era feito o pagamento naquela loja. Eles ganham por comissão. Não têm salário fixo. Ora, então, o que eles fariam em um almoxarifado?
Já no caixa, uma simpática moça tira uma lata de refrigerante para beber. Foi rápida, não me incomodou. Mas o gerente estava lá e gritou, mais uma vez: “ O que é isso?”. A menina, coitada, quase engasgou com o refrigerante e me pediu desculpas. Ora, não foi nada. O pior pensei comigo, foi a grosseria daquele gerente. Este, depois da bronca, colocou a mão no bolso e foi verificar o que os rapazes estavam fazendo. Deu um olhar fulminante em um e este só não caiu morto no meio da loja, pois o seu santo era muito forte.
Está certo que disciplina é necessária em qualquer lugar de trabalho, mas o autoritarismo e a falta de respeito com os vendedores e clientes (que presenciam cenas como estas) devem ser levados em consideração. Um sorriso no rosto e um toque no ombro do vendedor seria muito mais útil e educado: “Aqui, vamos falar baixo... Tem clientes na loja”. Ou, depois, de uma maneira despistada. “Aqui, toma o refri quando não tiver atendendo, ok?”
É isso que falta aos líderes. Capacidade de liderar. Formação cívica e generosidade nas palavras. E, principalmente, educação.

• Jornalista

Um comentário:

  1. A gente ensina aos pequenos que EDUCAÇÃO
    é uma palavrinha mágica que abre portas.
    Porém, quando nos deparamos com um "rinoceronte"
    desses chego a me indagar se eles tiveram mãe.
    Abraços

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