Menina e mulher
* Por Marleuza Machado
Toda menina sonha ser mulher. Ela exige urgência, perde a paciência, esquece a prudência. Usa de artifícios, manhas e artimanhas. E quando menos percebe, mulher está. Assumindo essa condição, sente-se dona de si. Toma as rédeas das responsabilidades adultas que lhe são impostas, e do mesmo modo, pensa ter controle dos sentimentos. Dos seus e de qualquer outro que lhe dedique afeto.
Pobre e tola menina! Não sabe que para se tornar mulher, terá que sofrer... Somente usar aquele vestido de festa da mãe, não basta! Tampouco desfilar o corpo esbelto num salto quinze! Há que se dar a cara a tapa! Há que se sentir amor e desamor! Há que se experimentar encantos e desencantos, e mesmo assim, entrever beleza nas experiências que a alma só vivencia quando habita um corpo feminino.
Eu, na ilusão de estar apta a aconselhar sabiamente essas doces criaturas, sofro a cada relato dos insucessos amorosos das minhas queridas. Eu rogo aos anjos, assim como elas, para que sejam poupadas, pelos menos em parte, das agruras pelas quais terão que passar no decorrer de suas vidas.
* Por Marleuza Machado
Toda menina sonha ser mulher. Ela exige urgência, perde a paciência, esquece a prudência. Usa de artifícios, manhas e artimanhas. E quando menos percebe, mulher está. Assumindo essa condição, sente-se dona de si. Toma as rédeas das responsabilidades adultas que lhe são impostas, e do mesmo modo, pensa ter controle dos sentimentos. Dos seus e de qualquer outro que lhe dedique afeto.
Pobre e tola menina! Não sabe que para se tornar mulher, terá que sofrer... Somente usar aquele vestido de festa da mãe, não basta! Tampouco desfilar o corpo esbelto num salto quinze! Há que se dar a cara a tapa! Há que se sentir amor e desamor! Há que se experimentar encantos e desencantos, e mesmo assim, entrever beleza nas experiências que a alma só vivencia quando habita um corpo feminino.
Eu, na ilusão de estar apta a aconselhar sabiamente essas doces criaturas, sofro a cada relato dos insucessos amorosos das minhas queridas. Eu rogo aos anjos, assim como elas, para que sejam poupadas, pelos menos em parte, das agruras pelas quais terão que passar no decorrer de suas vidas.
A solidariedade revelada pelo meu coração tem explicação óbvia: A minha menina é por demais presente! Pressinto que ela jamais se ausentará de mim. A impetuosidade, a urgência de viver e a capacidade de fitar o mundo com olhos de esperança, são elementos valiosos que a menina empresta à mulher e quando associados à sabedoria assimilada com as dores, dão energia e impulsionam essa mulher a seguir em frente, sempre que uma lágrima teimosa desliza pela sua face, apagando o sorriso da menina.
"...Depois do pranto infantil, a mulher toma seu posto. A dor continua, mas ela já sabe andar só. Sabe que tem que levantar e curar suas dores; tratar de sua vida. Então, levanta e vai trabalhar. É preciso. A mulher se renova. Volta à academia. E reza. Cuida do corpo e da alma...Essa menina mora em mim, mulher madura. E apesar da idade ainda não aprendeu que a vida não é tão bonita como nos filmes de amor, mas a cada dia ela se sente mais mulher e mais forte. E com vontade ser feliz." (Trecho da crônica A MENINA E A MULHER MORAM EM MIM de Evelyne Furtado, escritora, cronista e poetisa de Natal/RN.).
• Poetisa e jornalista
• Poetisa e jornalista
Que no meu olhar jamais morra
ResponderExcluira menina que ainda sou.
Belo texto.
Abraços
Eu me lembro das festas de rua, os namoros...
ResponderExcluirOuvíamos Miltinho cantando:
" Você, menina moça,/Mais menina que mulher/
Confissões não ouça/Abra os olhos se puder/
Tudo tem seu tempo certo/Tempo para amar/
Coração aberto faz chorar/A lua,/O sol/A praia/
O mar/Lição de deus,/A vida eterna para amar"
Beleza de texto, Marleuza!
Abração do,
José Calvino
RecifeOlinda