Bin Laden está morto ou é
Pirandelo quem está vivo?
* Por Raul Longo
Ainda falta algo a ser considerado.
Entre uns contos reunidos e publicados nos anos 60 ou 70, o cineasta Lima Barreto (não o escritor falecido no começo do século) simula uma entrevista com Adolf Hitler que, já então bastante idoso, moraria numa chácara do interior do estado de São Paulo.
Apesar de ficção literária, bastante convincente o conto do Barreto. Talvez até mais do que tantos outros relatos de pessoas que disseram ter visto e até conversado com o líder do nazismo. Tudo porque, conforme relato dos que se encarregaram de cumprir suas últimas ordens, Hitler ordenara a incineração de seu corpo e o de Eva Braun, também o de Goebbels e de sua mulher Magda Quandt.
Com isso Hitler eternizou-se no imaginário de entusiastas e inimigos do nazismo.
Numa praia paulista ou carioca, já não estou bem lembrado, lotada de veranistas, certa vez alguém gritou o nome de Hitler. Um senhor ligado ao grupo que eu acompanhava, imediatamente teve um surto e a muito custo conseguiram contê-lo. Depois que me explicaram se tratar de um judeu sobrevivente de um campo de concentração, com discrição e cuidado tentei conversar com o idoso para entender porque acreditava na possibilidade de Hitler ainda estar vivo. A razão apresentada não poderia ser mais lógica: “- Nunca encontraram o corpo dele.”
Que eu conheça, três equipes de analistas se debruçam sobre a sequência dos fatos identificados como “Atentado de 11 de Setembro”. Todas as três produziram fartos dossiês que circulam pela internet e dão margens a muitas perguntas que nunca sequer se tentou responder. As equipes, da Espanha, da França e dos Estados Unidos são formadas por técnicos e especialistas em diversas áreas, desde engenheiros de construção civil e aeronáutica até de explosivos. Alguns destes engenheiros são os que projetaram e participaram da construção do WTC. No entanto, apesar de formulados com bases em profusão de coincidências duvidosas, testemunhos de sobreviventes e bombeiros, imagens que documentaram os eventos e diversas outras evidências, seus questionamentos têm recebido menos atenção do que as especulações de Mirian Leitão sobre a economia global.
Por mais ridículas que sejam as intenções das especulações da Leitão, são discutidas pelo que lhe restou de espectadores brasileiros, mas ninguém sequer cogita como pilotos com algumas horas de treino em teco-teco, monomotores, de pequenos campos de pouso do interior dos Estados Unidos, puderam realizar vertiginosas manobras com as toneladas das aeronaves arremetidas contra o WTC e o Pentágono. Ato terrorista da Al Qaeda liderada por Bin Laden e pronto! Morreu o assunto.
Depois ainda se teve de arrumar as inexistentes armas de destruição em massa do Saddam Hussein, mas a cada página virada dessa história sem final, o começo de uma mentira de objetivos tão evidentes quanto as da analista em economia da Globo.
Mas aqui fica uma dúvida suscitada pela extinção do corpo de Bin Laden: qual o objetivo do anúncio dessa morte?
Ainda que o corpo de Bin Laden comprovasse a morte, também não ofereceria maior confiabilidade dos reais objetivos dos Estados Unidos em meio às crises políticas dos países árabes no entremeio da crise financeira mundial e a econômica do próprio Estados Unidos, mas sem dúvida, a ausência da maior comprovação de uma morte anunciada torna esses objetivos ainda mais duvidosos.
Evitar novas guerras? Desocupar o Iraque? O Afeganistão? Interromper a escalada de mortes e gastos bélicos? Ou exatamente o contrário disso tudo?
Bin Laden foi morto ontem, 1º de Maio. E hoje, 2 de Maio pela manhã já se anunciava que seu corpo fora lançado ao mar. Por quê?
A única explicação que por enquanto ouvi é de que nenhum país aceitaria seu corpo em 24 horas. Como assim?
Abbottabad está a uma altitude de 1.260 metros, no norte do Paquistão, pertinho da aliada e sempre prestativa (aos Estados Unidos) Índia. Próximo também do Afeganistão com grande efetivo da força aérea estadunidense. Para transladar o corpo de Bin Laden até o oceano mais próximo, o Mar da Arábia, se percorre distância maior do que do ponto onde o corpo teria sido lançado até o igualmente aliado Omã ou a não menos aliada Arábia Saudita.
Considerando que seria muita comoção, já que são países islâmicos, um deles onde nasceu Bin Laden, e boa parte da população da Índia é muçulmana; quantas horas levariam para uma pequena mudança de rota e breve escala em Atenas que não tem nada a ver com isso? Nos velozes jatos de guerra, essas distâncias são tão mínimas que nem seria preciso comprometer Israel, alguns minutos mais próximo.
De onde tiraram essas 24 horas? Por que 24 horas? Em relação ao Paquistão os Estados Unidos está no outro extremo do Globo Terrestre? Que fosse, há séculos existem meios de conservação de corpos já em decomposição! O que imaginasse não ter sido o caso do de Bin Laden que, segundo o noticiário, chegou a reagir sendo morto a tiros.
Só por isso para um bom policial já não pode ser considerada uma operação exemplar e é até decepcionante que o mais bem treinado exército do mundo não tenha conseguido capturar vivo o chefe do principal grupo terrorista do mundo, com gente escondida por toda a parte.
Apenas por estar escrevendo isso aqui, já estou sentindo o dedo acusador da revista VEJA apontando minha casa como o mais novo aparelho da Jihad. Mas quanto ao Bin Laden, não teve jeito e tiveram de matá-lo. E para provar que o mataram, colheram o DNA.
Como assim?
Osama ficou irreconhecível? Que se saiba, os testes de DNA servem é para esses casos. Para comprovar a quem pertencem os restos de um corpo irreconhecível. Como o DNA do Laden pode comprovar que esteja morto?
Enquanto escondido, Bin Laden foi visto em diversos lugares do mundo. Há inclusive um filme em que a história se desenvolve exatamente a partir daí, de quando dois garotos reconhecem o barbudo passeando tranquilamente pela feira pública de pequena cidade do interior africano.
Não ocorreu a ninguém do experiente exército e governo dos Estados Unidos a possibilidade de que amanhã ou depois, só para desmoralizá-los, se filme alguém muito parecido com Osama Ben Laden afirmando-os mentirosos? Como provarão que mentiroso é o sósia se não permitiram a identificação do original? Como se comprovar qual o original, qual a réplica?
Lembrando ainda que a família Laden é ou foi sócia da família Bush, aí está uma história que embora aparente pé e cabeça, está mal contada do começo ao fim.
Se é que terá fim, pois até agora além das 919.967 mortes oficiais de estadunidenses e os milhões de milhões de mortes de árabes e outras etnias, muçulmanos ou não, sequer se manteve um pedaço de fuselagem que comprovaria o atentado ao Pentágono por um avião. Ou o que, melhor do que o DNA de um fio de carapinha poderia comprovar que Osama não é Obama.
Enfim, como diria Pirandello: “Assim é, se lhe parece!”
• Jornalista e escritor
Pirandelo quem está vivo?
* Por Raul Longo
Ainda falta algo a ser considerado.
Entre uns contos reunidos e publicados nos anos 60 ou 70, o cineasta Lima Barreto (não o escritor falecido no começo do século) simula uma entrevista com Adolf Hitler que, já então bastante idoso, moraria numa chácara do interior do estado de São Paulo.
Apesar de ficção literária, bastante convincente o conto do Barreto. Talvez até mais do que tantos outros relatos de pessoas que disseram ter visto e até conversado com o líder do nazismo. Tudo porque, conforme relato dos que se encarregaram de cumprir suas últimas ordens, Hitler ordenara a incineração de seu corpo e o de Eva Braun, também o de Goebbels e de sua mulher Magda Quandt.
Com isso Hitler eternizou-se no imaginário de entusiastas e inimigos do nazismo.
Numa praia paulista ou carioca, já não estou bem lembrado, lotada de veranistas, certa vez alguém gritou o nome de Hitler. Um senhor ligado ao grupo que eu acompanhava, imediatamente teve um surto e a muito custo conseguiram contê-lo. Depois que me explicaram se tratar de um judeu sobrevivente de um campo de concentração, com discrição e cuidado tentei conversar com o idoso para entender porque acreditava na possibilidade de Hitler ainda estar vivo. A razão apresentada não poderia ser mais lógica: “- Nunca encontraram o corpo dele.”
Que eu conheça, três equipes de analistas se debruçam sobre a sequência dos fatos identificados como “Atentado de 11 de Setembro”. Todas as três produziram fartos dossiês que circulam pela internet e dão margens a muitas perguntas que nunca sequer se tentou responder. As equipes, da Espanha, da França e dos Estados Unidos são formadas por técnicos e especialistas em diversas áreas, desde engenheiros de construção civil e aeronáutica até de explosivos. Alguns destes engenheiros são os que projetaram e participaram da construção do WTC. No entanto, apesar de formulados com bases em profusão de coincidências duvidosas, testemunhos de sobreviventes e bombeiros, imagens que documentaram os eventos e diversas outras evidências, seus questionamentos têm recebido menos atenção do que as especulações de Mirian Leitão sobre a economia global.
Por mais ridículas que sejam as intenções das especulações da Leitão, são discutidas pelo que lhe restou de espectadores brasileiros, mas ninguém sequer cogita como pilotos com algumas horas de treino em teco-teco, monomotores, de pequenos campos de pouso do interior dos Estados Unidos, puderam realizar vertiginosas manobras com as toneladas das aeronaves arremetidas contra o WTC e o Pentágono. Ato terrorista da Al Qaeda liderada por Bin Laden e pronto! Morreu o assunto.
Depois ainda se teve de arrumar as inexistentes armas de destruição em massa do Saddam Hussein, mas a cada página virada dessa história sem final, o começo de uma mentira de objetivos tão evidentes quanto as da analista em economia da Globo.
Mas aqui fica uma dúvida suscitada pela extinção do corpo de Bin Laden: qual o objetivo do anúncio dessa morte?
Ainda que o corpo de Bin Laden comprovasse a morte, também não ofereceria maior confiabilidade dos reais objetivos dos Estados Unidos em meio às crises políticas dos países árabes no entremeio da crise financeira mundial e a econômica do próprio Estados Unidos, mas sem dúvida, a ausência da maior comprovação de uma morte anunciada torna esses objetivos ainda mais duvidosos.
Evitar novas guerras? Desocupar o Iraque? O Afeganistão? Interromper a escalada de mortes e gastos bélicos? Ou exatamente o contrário disso tudo?
Bin Laden foi morto ontem, 1º de Maio. E hoje, 2 de Maio pela manhã já se anunciava que seu corpo fora lançado ao mar. Por quê?
A única explicação que por enquanto ouvi é de que nenhum país aceitaria seu corpo em 24 horas. Como assim?
Abbottabad está a uma altitude de 1.260 metros, no norte do Paquistão, pertinho da aliada e sempre prestativa (aos Estados Unidos) Índia. Próximo também do Afeganistão com grande efetivo da força aérea estadunidense. Para transladar o corpo de Bin Laden até o oceano mais próximo, o Mar da Arábia, se percorre distância maior do que do ponto onde o corpo teria sido lançado até o igualmente aliado Omã ou a não menos aliada Arábia Saudita.
Considerando que seria muita comoção, já que são países islâmicos, um deles onde nasceu Bin Laden, e boa parte da população da Índia é muçulmana; quantas horas levariam para uma pequena mudança de rota e breve escala em Atenas que não tem nada a ver com isso? Nos velozes jatos de guerra, essas distâncias são tão mínimas que nem seria preciso comprometer Israel, alguns minutos mais próximo.
De onde tiraram essas 24 horas? Por que 24 horas? Em relação ao Paquistão os Estados Unidos está no outro extremo do Globo Terrestre? Que fosse, há séculos existem meios de conservação de corpos já em decomposição! O que imaginasse não ter sido o caso do de Bin Laden que, segundo o noticiário, chegou a reagir sendo morto a tiros.
Só por isso para um bom policial já não pode ser considerada uma operação exemplar e é até decepcionante que o mais bem treinado exército do mundo não tenha conseguido capturar vivo o chefe do principal grupo terrorista do mundo, com gente escondida por toda a parte.
Apenas por estar escrevendo isso aqui, já estou sentindo o dedo acusador da revista VEJA apontando minha casa como o mais novo aparelho da Jihad. Mas quanto ao Bin Laden, não teve jeito e tiveram de matá-lo. E para provar que o mataram, colheram o DNA.
Como assim?
Osama ficou irreconhecível? Que se saiba, os testes de DNA servem é para esses casos. Para comprovar a quem pertencem os restos de um corpo irreconhecível. Como o DNA do Laden pode comprovar que esteja morto?
Enquanto escondido, Bin Laden foi visto em diversos lugares do mundo. Há inclusive um filme em que a história se desenvolve exatamente a partir daí, de quando dois garotos reconhecem o barbudo passeando tranquilamente pela feira pública de pequena cidade do interior africano.
Não ocorreu a ninguém do experiente exército e governo dos Estados Unidos a possibilidade de que amanhã ou depois, só para desmoralizá-los, se filme alguém muito parecido com Osama Ben Laden afirmando-os mentirosos? Como provarão que mentiroso é o sósia se não permitiram a identificação do original? Como se comprovar qual o original, qual a réplica?
Lembrando ainda que a família Laden é ou foi sócia da família Bush, aí está uma história que embora aparente pé e cabeça, está mal contada do começo ao fim.
Se é que terá fim, pois até agora além das 919.967 mortes oficiais de estadunidenses e os milhões de milhões de mortes de árabes e outras etnias, muçulmanos ou não, sequer se manteve um pedaço de fuselagem que comprovaria o atentado ao Pentágono por um avião. Ou o que, melhor do que o DNA de um fio de carapinha poderia comprovar que Osama não é Obama.
Enfim, como diria Pirandello: “Assim é, se lhe parece!”
• Jornalista e escritor
Considerações que ainda podem
ResponderExcluirtirar o sono de muita gente.
Ótimo texto.
Abraços
Fico eu a imaginar no que vai dar isto tudo.
ResponderExcluirPor sua vez, um presidente muito religioso de um país da América Latina, associou o assassinato de Bin Laden à beatificação de João Paulo II, considerando ser seu primeiro "milagre", admitindo-se intervenção divina?
Vôte!