Ainda sobre preconceito
* Por Francisco Simões
Meus amigos chegados e manas Dora e Luiza,
Outro dia quando divulguei o texto ALMA NÃO TEM COR, se recebi apoios pela forma como abordei o assunto que aí está a explodir em nossas caras diariamente, ou seja, o preconceito, também recebi algumas críticas, um tanto veladas, é bem verdade, outras tentando minimizar os ataques preconceituosas, ainda querendo insistir na velha tecla de que seriam... "exceções".
Conto isto só para vocês porque são mesmo amigos muito chegados, me escrevam com mais ou menos frequência. Depois divulguei tanto o texto do poeta nordestino com seu desabafo ditado pela emoção, e mais a seguir um outro texto sobre o mesmo assunto daquela jovem de Sampa, no qual o autor, com muito equilíbrio e seriedade, deu-nos a conhecer que, inclusive, a jovem está a ser processada tanto pelo MP de Pernambuco com pelo de S. Paulo. Então o assunto foi realmente considerado com a seriedade que eu ajudei a dar a ele, apesar de alguns protestos.
Agora vocês devem ter tomado conhecimento do caso de dois jovens, aqui em Ipanema, que ainda ontem foram interpelados, agredidos covardemente e quando um caiu ao solo, sem mais nem menos, um dos dois militares que os abordaram atirou nele acertando-o na barriga. O jovem está no Hospital. Mesmo o comando militar querendo desmentir o fato, na verdade há várias testemunhas que o confirmam. Os jovens são gays. Preconceito? Botem preconceito nisto.....
Mais, em S. Paulo, também ontem, 5 jovens gays que apenas passavam pela rua foram agredidos por outros, de surpresa, igualmente de forma covarde, tendo os agressores usado até de lâmpadas para machucar as pessoas. Preconceito? Quem quiser minimizar mais estes fatos, fora os tantos e tantos que não caem na mídia, preconceito a gays, a judeus, a negros, a domésticas, a mendigos, entre outros provam que vivemos numa sociedade realmente por demais preconceituosa e que quando eu a acuso não estou inventando nem me valendo da minha atual situação de casamento, de forma alguma.
Acabo de ver no jornal da GLOBO a agressão e assassinato de pessoas de rua, mendigos, inclusive menores, que nada faziam de mais. Já esqueceram de tantos outros casos, como por exemplo o caso dos menores da Igreja da Candelária? Que covardia, amigos e amigas, e isto se repete sempre, e sempre, só que muitos preferem não ver, não ouvir, não saber. O preconceito está aí e parece em ritmo crescente, e não são apenas os babacas que se autodenominam de "neonazistas", não mesmo.
Vou continuar escrevendo sobre isto sempre que julgar necessário, independentemente de haver opiniões contrárias, pois só não vê, só não admite o preconceito imenso que grassa por este país quem ou é preconceituoso ou não quer pôr seus olhos nos fatos que aí estão. Lamento tudo isto, mas não vou me calar, bons amigos e manas.
Ainda na semana passada, quando esperávamos atrás de duas senhoras para sermos atendidos na secretaria da Igreja de N. Sra. da Paz, uma delas, por sinal bem branquinha e mal educada, virou-se para trás e achando que Lena estava só, sem mais nem menos lhe dirigiu isto: "Olhe, a fila vai por aqui, você está fora dela...."...
Respirei fundo e de forma educada, mas com firmeza dei-lhe um puxão de orelhas que a branquinha e mal educada se calou. Claro, ela não esperava que a mulher de cor estivesse ali com o marido, branco e coroa, além de educado firme na defesa do direito de sua esposa. Além do mais a fila significava só 3 pessoas, e ninguém estava errado. Ela disse aquilo apenas para agredir, podem crer, puro preconceito. Mas tudo bem, desabafei mais uma vez e estarei sempre atento ao assunto e não me calarei, nunca.
Abraço do amigo
Francisco Simões.
• Jornalista
* Por Francisco Simões
Meus amigos chegados e manas Dora e Luiza,
Outro dia quando divulguei o texto ALMA NÃO TEM COR, se recebi apoios pela forma como abordei o assunto que aí está a explodir em nossas caras diariamente, ou seja, o preconceito, também recebi algumas críticas, um tanto veladas, é bem verdade, outras tentando minimizar os ataques preconceituosas, ainda querendo insistir na velha tecla de que seriam... "exceções".
Conto isto só para vocês porque são mesmo amigos muito chegados, me escrevam com mais ou menos frequência. Depois divulguei tanto o texto do poeta nordestino com seu desabafo ditado pela emoção, e mais a seguir um outro texto sobre o mesmo assunto daquela jovem de Sampa, no qual o autor, com muito equilíbrio e seriedade, deu-nos a conhecer que, inclusive, a jovem está a ser processada tanto pelo MP de Pernambuco com pelo de S. Paulo. Então o assunto foi realmente considerado com a seriedade que eu ajudei a dar a ele, apesar de alguns protestos.
Agora vocês devem ter tomado conhecimento do caso de dois jovens, aqui em Ipanema, que ainda ontem foram interpelados, agredidos covardemente e quando um caiu ao solo, sem mais nem menos, um dos dois militares que os abordaram atirou nele acertando-o na barriga. O jovem está no Hospital. Mesmo o comando militar querendo desmentir o fato, na verdade há várias testemunhas que o confirmam. Os jovens são gays. Preconceito? Botem preconceito nisto.....
Mais, em S. Paulo, também ontem, 5 jovens gays que apenas passavam pela rua foram agredidos por outros, de surpresa, igualmente de forma covarde, tendo os agressores usado até de lâmpadas para machucar as pessoas. Preconceito? Quem quiser minimizar mais estes fatos, fora os tantos e tantos que não caem na mídia, preconceito a gays, a judeus, a negros, a domésticas, a mendigos, entre outros provam que vivemos numa sociedade realmente por demais preconceituosa e que quando eu a acuso não estou inventando nem me valendo da minha atual situação de casamento, de forma alguma.
Acabo de ver no jornal da GLOBO a agressão e assassinato de pessoas de rua, mendigos, inclusive menores, que nada faziam de mais. Já esqueceram de tantos outros casos, como por exemplo o caso dos menores da Igreja da Candelária? Que covardia, amigos e amigas, e isto se repete sempre, e sempre, só que muitos preferem não ver, não ouvir, não saber. O preconceito está aí e parece em ritmo crescente, e não são apenas os babacas que se autodenominam de "neonazistas", não mesmo.
Vou continuar escrevendo sobre isto sempre que julgar necessário, independentemente de haver opiniões contrárias, pois só não vê, só não admite o preconceito imenso que grassa por este país quem ou é preconceituoso ou não quer pôr seus olhos nos fatos que aí estão. Lamento tudo isto, mas não vou me calar, bons amigos e manas.
Ainda na semana passada, quando esperávamos atrás de duas senhoras para sermos atendidos na secretaria da Igreja de N. Sra. da Paz, uma delas, por sinal bem branquinha e mal educada, virou-se para trás e achando que Lena estava só, sem mais nem menos lhe dirigiu isto: "Olhe, a fila vai por aqui, você está fora dela...."...
Respirei fundo e de forma educada, mas com firmeza dei-lhe um puxão de orelhas que a branquinha e mal educada se calou. Claro, ela não esperava que a mulher de cor estivesse ali com o marido, branco e coroa, além de educado firme na defesa do direito de sua esposa. Além do mais a fila significava só 3 pessoas, e ninguém estava errado. Ela disse aquilo apenas para agredir, podem crer, puro preconceito. Mas tudo bem, desabafei mais uma vez e estarei sempre atento ao assunto e não me calarei, nunca.
Abraço do amigo
Francisco Simões.
• Jornalista
Tudo é válido para que não
ResponderExcluirnos silenciem.
Parabéns pelo texto e pelo
alerta.
Abraços