Sara
* Por Evelyne Furtado
Era boa, Sara, a que a ninguém faltava. Sempre pronta para o acolhimento, a conciliação, o abraço. Ouvia sempre os que de suas angústias lhe falavam. Respondia com cuidadoso afago.
Andava pela vida com receio de pisar pé desavisado. Em muitas ocasiões não dava um passo. Tinha espírito independente, contudo, e ímpeto para crescer, pronunciando-se sobre tudo o que a afligia.
Deu-se o colapso quando percebeu que sua opinião incomodava, suas paixões assombravam, sua ética insultava, seu "não" desagradava e suas verdades eram questionáveis. Deitou-se em silêncio: Não mais falava, não mais cumprimentava, não mais sorria, não mais abraçava, nem mesmo chorava.
Despertou ao compreender que a vida também acontece quando sua fala esbarra em outras falas, embora seja mais prazeroso viver nas vezes em que o encontro de vozes se dá. Entendeu que o não e o sim podem conviver e que as verdades dão lugar a outras verdades.
Acredita que as paixões são para os fortes e com expressão mais leve no rosto, conclui, que continua boa, enquanto toma um café e espera para ver o que o fundo da xícara lhe reserva.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
* Por Evelyne Furtado
Era boa, Sara, a que a ninguém faltava. Sempre pronta para o acolhimento, a conciliação, o abraço. Ouvia sempre os que de suas angústias lhe falavam. Respondia com cuidadoso afago.
Andava pela vida com receio de pisar pé desavisado. Em muitas ocasiões não dava um passo. Tinha espírito independente, contudo, e ímpeto para crescer, pronunciando-se sobre tudo o que a afligia.
Deu-se o colapso quando percebeu que sua opinião incomodava, suas paixões assombravam, sua ética insultava, seu "não" desagradava e suas verdades eram questionáveis. Deitou-se em silêncio: Não mais falava, não mais cumprimentava, não mais sorria, não mais abraçava, nem mesmo chorava.
Despertou ao compreender que a vida também acontece quando sua fala esbarra em outras falas, embora seja mais prazeroso viver nas vezes em que o encontro de vozes se dá. Entendeu que o não e o sim podem conviver e que as verdades dão lugar a outras verdades.
Acredita que as paixões são para os fortes e com expressão mais leve no rosto, conclui, que continua boa, enquanto toma um café e espera para ver o que o fundo da xícara lhe reserva.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
Sara opina e aconselha.
ResponderExcluirSara chora mas, também conforta.
Assim como eu e você querida
Evelyne, Sara quer ser feliz.
Beijos
Evelyne
ResponderExcluirÉ dificil encontrar quem tem coragem de dizer a verdade, ainda que vá contra o que a maioria pensa, o importante é discordar sem ser grosseiro, agressivo. Sim, há espaço para as discordâncias, mas que elas venham para que todos cresçam, e não para ofender nem humilhar ninguém.
Beijos
Sempre é tempo de se descobrir e se compreender, por mais Sara que se seja na vida. Nem tolamente doce, nem fatalmente azeda. Simplesmente Sara. Belo texto, Evelyne.
ResponderExcluirSara ficou ainda melhor com a mudança. Compreende e aceita os demais, e não se machuca sendo boa e cordata em excesso.
ResponderExcluirVocês são ótimos, amigos! Beijos e obrigada.
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