Boa Viagem!
* Por Evelyne Furtado
Quem compraria bilhetes para uma jornada árdua e insípida com incessantes escalas de contas a pagar, de compromissos a cumprir e de estratégias complexas para a sobrevivência?
Eu não compraria e meu não seria enfático. Isso me soa mais sacrificante de que uma peregrinação religiosa sem promessa de salvação ao fim.
E se o marketing prometesse prazeres, sonhos de consumo, realizações de desejos, contemplações estéticas, glórias e outras satisfações do ego?
Então eu pensaria mais um pouco, afinal sou sensível às tentações como qualquer ser humano.
-Tem amor nessa viagem? – perguntaria depois de contemplar os últimos itens com os olhos brilhando de contentamento antecipado, mas desconfiada de uma ausência essencial.
Diante da resposta negativa, recuaria. Eu não suportaria o tédio salpicado de prazer. A vida sem amor não faz sentido. Não me interessa uma viagem longa sem afeto ao começo, ao meio, ao fim.
-A vontade amorosa permeia toda a viagem! – Eis a resposta que me convence. Assim, embarco e recomendo a viagem. Pois a vida nasce do encontro de tais vontades e nelas se sustenta, ainda que sejam expressões de outras pulsões, como quis aquele senhor genial por quem nutro enorme admiração, simpatia e uma dose conveniente de reserva.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
* Por Evelyne Furtado
Quem compraria bilhetes para uma jornada árdua e insípida com incessantes escalas de contas a pagar, de compromissos a cumprir e de estratégias complexas para a sobrevivência?
Eu não compraria e meu não seria enfático. Isso me soa mais sacrificante de que uma peregrinação religiosa sem promessa de salvação ao fim.
E se o marketing prometesse prazeres, sonhos de consumo, realizações de desejos, contemplações estéticas, glórias e outras satisfações do ego?
Então eu pensaria mais um pouco, afinal sou sensível às tentações como qualquer ser humano.
-Tem amor nessa viagem? – perguntaria depois de contemplar os últimos itens com os olhos brilhando de contentamento antecipado, mas desconfiada de uma ausência essencial.
Diante da resposta negativa, recuaria. Eu não suportaria o tédio salpicado de prazer. A vida sem amor não faz sentido. Não me interessa uma viagem longa sem afeto ao começo, ao meio, ao fim.
-A vontade amorosa permeia toda a viagem! – Eis a resposta que me convence. Assim, embarco e recomendo a viagem. Pois a vida nasce do encontro de tais vontades e nelas se sustenta, ainda que sejam expressões de outras pulsões, como quis aquele senhor genial por quem nutro enorme admiração, simpatia e uma dose conveniente de reserva.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
Evelyne,
ResponderExcluirPode ir, mas volte logo. Tem bastante gente te esperando por aqui. Um beijo e boa viagem, minha amiga.
Evelyne, delicosa metáfora, que alguns já fizeram, mas não com a felicidade do seu singelo texto. A rota pode ser atraente, mas sem amor, o que pode valer? Nada. Achei ótima essa sua reserva com Freud. Sou psicanalisada há 09 anos por uma seguidora de Lacan, segundo li, um aluno e modernizador das teorias do pai da psicanálise. Para nós, a viagem só será boa com este sentimento na bagagem. Amor demais, é o que queremos levar conosco. Boa viagem!
ResponderExcluirMarcelo: a viagem é essa na qual estamos todos.
ResponderExcluirMara: temos que ter uma reserva por maior que seja a admiração, não é?
Obrigada, amigos! Beijos