sexta-feira, 26 de novembro de 2010




“Onde vivem os monstros”

* Por Eduardo Oliveira Freire

Max, um garoto problemático, não consegue lidar com seus sentimentos. Depois de ter raiva da mãe que leva um namorado para casa e se distanciar da irmã mais velha, o menino se traveste de lobo e briga com a mãe, fugindo de casa em seguida. No meio da mata, encontra um barco e, à deriva, chega a uma ilha estranha, cheia de monstros.

O filme faz uma travessia dos sentimentos humanos. Apesar de ser considerado infantil, muitos adultos irão se identificar com muitas passagens do longa metragem. Até porque, muitas vezes não somos educados para lidar com os sentimentos e há muitos adultos imaturos emocionalmente que, consequentemente, veem suas relações amorosas e de trabalho prejudicadas, devido a esta falta de equilíbrio em controlar os sentimentos.

Os monstros representam os sentimentos humanos. Somos bichos também, apesar da nossa pretensa racionalidade. Os monstros não estão fora da gente, muito pelo contrário e o filme mostra muito bem este fato. Na história, como na vida, não há o maniqueísmo e a vitimização do protagonista. Ninguém é culpado de nada. O filme mostra que precisamos lidar com nossas feras internas e respeitar o espaço do outro. Muitas vezes é difícil desviar o olhar do nosso umbigo, porém é necessário.

* Formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, pós-graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e aspirante a escritor. Blog: http://cronicas-ideias.blogspot.com/

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