quinta-feira, 3 de maio de 2018

Descrença - Arita Damasceno Pettená


Descrença

* Por Arita Damasceno Pettená

Pouco a pouco se me morrem as esperanças,
último elo de uma vida consumida.
Choro e sofro e me debato em vão,
em saudades do passado,
em angústias do presente.
Volvo os olhos ao futuro incerto
e me apavoro com o seu vislumbre.
Cerro as pálpebras já cansadas
e vejo sombras de mágoas esquecidas
a querer toldar o céu da minha vida,
E soluço, triste, no meu quarto,
e recordar que toda a minha existência
foi vencida em etapas tão doloridas
de sorrisos e lágrimas sempre juntas,
na mais amarga dança do destino.
Mil vidas pudesse eu viver,
morreria, por certo, a cada instante,
de dor, de angústia e de saudade.
E morrendo viveria eternamente
já liberta do cárcere da terra.

* Arita Damasceno Pettená é professora, escritora e membro da Academia Campinense de Letras



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