segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Sem pretensão

* Por Núbia Araújo Nonato do Amaral

Não tenho um sobrenome
que me valha.
Ando de pés no chão.
Na lida não dou conversa.
Descanso?
Tenho não.

Com a paga de meu trabalho
do suor de um dia inteiro,
mato a fome dos meninos
e ainda sobra

um bocadinho pra
pagar a pretensão
desse caboclo matuto
que enxerga nas rimas
sonhos, cores, redenção.

Me permitam aqui
os senhores
que eu possa depositar
nessas mal traçadas linhas
o meu jeito de falar.

Que mesmo lutando
e às vezes sem muita
esperança,
aprendeu  que pode sonhar!

Então comecei a rabiscar.
Senti meu peito mais leve
respirei  com satisfação.

e apenas o que lhes peço
é que leiam
essa poesia
sem  pretensão.


* Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário



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