domingo, 1 de janeiro de 2017

O que estamos celebrando



O que é o tempo, caríssimo leitor? É um conceito abstrato, embora tratando do concreto. É uma criação exclusiva do homem, tendo nosso planeta, a Terra, e nossa estrela, o Sol, como referenciais. Os animais e demais seres vivos não contam o número de alvoradas e de ocasos (dias e noites) e muito menos a volta completa deste nosso mundinho ao redor do astro que o ilumina e aquece (os anos) de suas vidas. Limitam-se a viver e a seguir seus instintos, sem se aterem à questão de “idade”, coisa exclusivamente humana. Mesmo que haja vida inteligente em outras partes do universo (o que não deixa de ser uma probabilidade, mesmo que não se trate de possibilidade), se esses seres tiverem criado o conceito de tempo, duvido que sua contagem seja sequer “parecida” com a nossa. Nem poderia ser.

Explico. Para que fosse igual (o que a lógica me induz a duvidar), teriam que habitar um planeta igualzinho à Terra (sem tirar e nem por), com as mesmas dimensões, peso e características, além de contar com um satélite estritamente igual à Lua, orbitar uma estrela que não difira em absolutamente nada do Sol, e que, de lambuja, apresente a mesmíssima distância e também radiação do nosso “astro rei”. Convenhamos, leitor, a probabilidade de haver outro mundo assim beira a zero. Só não descarto por completo que isso possa ocorrer dada a dimensão absurdamente imensa, quiçá infinita, do universo.

Basta olhar para o céu para intuir que este conjunto monumental conta com bilhões e bilhões de galáxias. Estas, por seu turno, têm bilhões e bilhões de estrelas. E tais sois, ao fim e ao cabo, têm bilhões e bilhões de planetas e vai por aí afora. Para isso, nem é preciso ser astrônomo ou contar com sofisticados telescópios. A observação a olho nu pode nos dar essa certeza. E quantos são todos esses astros, que ascendem a 10 elevado á enésima (e põe enésima nisso!!!) potência? Ninguém jamais poderá sequer estimar, mesmo que com baixíssima possibilidade de acerto, quanto mais saber de verdade.

O homem só criou esse “conceito”, sem o qual não existiria, entre outras coisas, a disciplina chamada de Física, após “inventar” os números. Ou seja, após conceber a idéia de “contagem”. Isso é tão lógico que constitui o óbvio dos óbvios, sem dúvida. E quando se deu essa criação? Como saber? Esse é mais um dos tantos e tantos mistérios que cercam nossa origem (como, quando e por que?), finalidade e destino, e que jamais será desvendado, mas que permanecerá, enquanto esse animal inteligente existir como espécie, espicaçando nossa insaciável curiosidade.

O que vem a ser, segundo nossa convenção, um dia? Qualquer criança razoavelmente instruída sabe que é uma volta completa da Terra ao redor do seu próprio eixo (imaginário), por sinal inclinado, diferente de outros planetas. Qual a causa dessa inclinação? Só se pode especular a propósito. Esse giro integral foi subdividido por vinte e quatro, e tal subdivisão foi batizada de horas. Para sofisticar ainda mais nossa contagem de tempo, as horas foram divididas por sessenta (os minutos) e cada um destes foi repartido novamente por outros sessenta (os segundos).

Convenhamos, é engenhosíssima essa “invenção” e, sobretudo, é prática. Nossa espécie não consegue mais ficar sem esse conceito. E o que vem a ser um ano? É a volta completa da Terra, em sua órbita elíptica, ao redor do Sol. É isso o que estamos celebrando, mais uma vez, desde ontem e ao longo deste domingo. Sua duração aproximada é de 365 dias, cinco horas, 48 minutos e 48 segundos. A cada quatro anos, se faz o acréscimo de mais um dia em nosso calendário, o Juliano (que, aliás, é relativamente novo), inserido no mês de fevereiro, embora faltem resíduos de minutos e segundos, que são desconsiderados.

A humanidade já teve dezenas de calendários diferentes para medir o tempo. Ainda hoje, há pelo menos uns dez deles, mundo afora, embora para efeitos práticos (para o comércio, por exemplo), a comunidade mundial regule suas atividades pelo que vige no Ocidente, o Gregoriano. Daí eu não levar muito a sério essa questão de datas no estudo da História. Enfim... Destaque-se que, sem o conceito de tempo, não haveria, também, o de “velocidade”. Afinal, esta vem a ser o quanto um  objeto (ou uma pessoa) se desloca num espaço definido, em determinado período.

Sei que não lhe trouxe nenhuma novidade, esclarecido leitor, e nem era a minha intenção. Tratei do assunto apenas para lembrar o que estamos celebrando desde a noite de ontem e no correr deste domingo. Encaramos essa passagem de ano como o fim de um ciclo e início de outro, com a esperança de que seja melhor do que o período que se encerrou. Até pode ser. Contudo, somente será se todas as circunstâncias forem favoráveis e se fizermos a nossa parte. Façamo-la, pois! E que ao cabo dos próximos 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 48 segundos não tenhamos o que lamentar (ou, se tivermos, que isso seja pouco, quase nada) e que tenhamos muitíssimo a agradecer e a celebrar. É o que desejo, do fundo do coração, a todos vocês que me honram com seu prestígio e amizade.

Boa leitura!


O Editor.

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