quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Meus amores

* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral

Meus amores somam séculos
eternidades...
Amei Antônio que lavrava
a terra, o arado a lhe tirar
sangue das mãos que eu
beijava, roubava-lhe
um sorriso.
O tempo veio e o levou.
Amei José, com suas
mãos hábeis construiu
o nosso ninho.
Secava-lhe o suor do rosto
prometia-lhe com os olhos
sem me dar conta seu eco
se foi.
Amei Amim, sempre
envolto em seus tecidos
e penduricalhos esquecia-se
das moedas a tilintar,
meus olhos o prendiam
e assim se libertava.
Amei tantos que
perdi a conta, a eternidade
os aprisionou. As vezes
escapa-lhes um sorriso
um jeito de olhar,
e assim reconheço no
tempo, aqueles a quem
nunca deixei de amar.

* Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário


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