quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Apelo veemente

* Por Clevane Pessoa de Araujo Lopes


Na pele, no cheiro,num fio estendido
no ar, entre seres, entre serras,
o re/conhecimento da ternura antiga,
do toque, do suor, do perfume,
do banho, do enlevo amoroso...
Quem terá iniciado o crochet finíssimo,
o bordado latente,
a trama entretecida
no tear do Tempo?
Quando tudo começou,em que Terra,
em que espaços da eternidade
o labirinto de estrelas  se enroscou?
Onde terá sido escrito o enredo do nosso Amor,
que enredado em sua própria teia,
acabou mal começou
e começara tão intenso,
parecendo uma continuidade
de sonhos já vividos
e acontecências já vividas?
Castigo de carma?
Por que não voltas e vens reescrever
comigo,protagonistas enredados
pelos pés, pelas mãos , pelas almas,
essa historieta que podemos retransformar?...
Vê:é outono e embora a Primavera
tenha adormecido para voltar,ciclicamente,
é na promessa do fruto
que a flor freme, olorosa,
a pressentir o milagre da Criação...

* Escritora, poetisa, psicóloga e artista visual.


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