terça-feira, 13 de setembro de 2016

A chave de todo o conhecimento humano


A Matemática é a origem e, simultaneamente, a conseqüência de todo o conhecimento humano. Sem ela, não existiriam as ciências, o progresso e muito menos a civilização. Acompanha, praticamente, o homem, desde que este tomou consciência de si e do universo em que estava inserido. Ela é a “chave” para desvendarmos todos os mistérios. É o “mapa da mina” para entendermos, e modificarmos ao nosso favor, a natureza. Sem ela, não haveria nenhuma forma de organização. Talvez nossas espécie já estaria, até mesmo, extinta.

Sem a Matemática, o animal homem ficaria restrito à sua animalidade, como qualquer outra fera bronca, sem se diferenciar em nada dos demais seres viventes. Seria impedido de exercitar sua característica distintiva e nobre, a razão, que o faz ser o “rei da natureza”, embora seja tão frágil fisicamente como é. Exagero? Longe disso. Afinal, a Matemática trata-se, ao fim, e ao cabo, da “ciência do raciocínio” lógico. Embora seja abstrata, calcada exclusivamente em símbolos, caracteriza-se por sua extrema praticidade. Estuda e define, entre outras tantas coisas, quantidades, medidas, espaços, estatísticas, variações, estruturas etc.etc.etc.

Sem a Matemática, inúmeras atividades que nos são essenciais certamente nem mesmo existissem. Cito, entre outras, a engenharia, a física, a química, a biologia, a medicina, a astronomia e as ciências sociais, das que vêm assim de imediato à mente. E quando o homem descobriu essa “varinha mágica”, essa “chave” que lhe permitiu acesso a todo o vastíssimo conhecimento que tem? É impossível de sequer especular. Afinal, conforme sólidas evidências, foi estabelecida um par de milênios antes da invenção da escrita, o que impossibilitou         que houvesse qualquer registro a respeito. Remonta, todavia, à remotíssima pré-história, quando nosso primitivo e rústico ancestral aprendeu a contar quantidades de objetos, por meios abstratos, inventando os símbolos dos números para contabilizar, também, o tempo: dias, semanas, meses, estações e anos. A aritmética, aquela comezinha e elementar que utilizamos no dia a dia,, desenvolveu-se quase que naturalmente, com a elaboração do conceito das quatro operações básicas: adição, subtração, multiplicação e divisão.

Se não é possível sequer especular sobre “quando” o homem “descobriu” a Matemática – suponho que por pura intuição – a arqueologia permite, pelo menos, comprovar que se trata de descoberta antiqüíssima, que remonta ao paleolítico, à era da pedra lascada. Como? Mediante o que ficou conhecido como o “Osso de Ishango”, encontrado em 1960, na região que lhe empresta o nome, na fronteira entre Uganda e a atual República Democrática do Congo (que já foi Congo Belga na era colonial e chamada, também, de Zaire, algum tempo atrás). A zona em que essa preciosidade foi encontrada fica  nas imediações da nascente do Rio Nilo, no Lago Eduardo. O arqueólogo que a encontrou foi o belga Jean de Heinzelin de Braucourt.

E por que o tal “Osso de Ishango” é tão importante para determinar que nosso remotíssimo ancestral das cavernas já conhecia (e se utilizava rotineiramente) da Matemática? Porque esse objeto é nada menos que rústica, posto que engenhosa, máquina de calcular. É, pois, uma espécie de “computador” daquela época. Trata-se de longo osso castanho (a fíbula de um babuíno) com um pedaço de quartzo afiado incrustado em uma ponta. Conta com uma série de traços talhados, divididos em três colunas, ao longo de seu comprimento. Esse instrumento permitia que as pessoas fizessem operações básicas, como adições, subtrações, multiplicações e até mesmo divisões. Mas o mais assombroso é o fato de quando data essa “máquina de calcular”. Testes de Carbono-14, que são praticamente infalíveis, dão conta que o “Osso de Ishango” tem por volta de 20 mil anos!!! Isso comprova que o homem é muitíssimo mais antigo do que ousamos supor.

Essa preciosidade integra, hoje, o acervo do Real Instituto Belga de Ciências Naturais, em Bruxelas, na Bélgica. Não se trata, todavia, de ferramenta única do tipo e nem a mais antiga. Há, por exemplo, uma tíbia de lobo, com 57 traços, agrupados em cinco grupos, descoberta na atual República Checa em 1937, que tem (pasmem!) 32 mil anos!!!E Ela não é, também, a “máquina de calcular” mais antiga. Perde para o “Osso de Lebombo” (igualmente uma fíbula de babuíno) cheio de traços e colunas, descoberto na Suazilândia, que o teste do Carbono-14 determinou que tem 35 mil anos!!! O mundo seria o que é, em termos de avanço, em todos os campos de atividade, sobretudo no das ciências e da sua derivada sumamente prática, a tecnologia, sem a Matemática? Ora, ora, ora... Como?!!!!

Boa leitura!

O Editor.

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