Azul
de Maio
*
Por Flora Figueiredo
Maio
não conta
aos
outros meses
o
segredo de seu azul.
Sempre
que vem,
traz
consigo
tetos
lisos e claros,
de
cromatismo raro:
índigo,
safira, cobalto e anil.
Esse
azul,
que
suspira e sonha alto,
adorna
maio
com
tez de porcelana,
onde
a luz deliciada
põe
seu beijo.
Ao
findar do dia,
ele
retira
seu
reinado,
pintando
de genciana
a
tarde de azulejo.
* Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
Adoro poesia e mais ainda Flora Figueiredo
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