domingo, 7 de maio de 2017

Jardim



* Por Pedro J. Bondaczuk


Eu perdi a edênica inocência,
fui expulso pela espada medonha
de um anjo. Estava nu. Senti vergonha
tão logo adquiri essa consciência.

Fui vítima de estranha sensação,
de que não voltaria a essa estância,
a essa fase da vida, à infância:
fui expulso do Éden, como Adão.

O tempo se encarregou, para mim,
de sepultar a extinta lembrança
do Paraíso, que eu perdi, enfim.

Porém, ao tempo vence a esperança
e um resquício do sonho de criança
reconduziu-me às portas do Jardim.


(Soneto composto em Campinas, em 7 de novembro de 1965).




* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk

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