terça-feira, 30 de maio de 2017

Terror


* Por Eduardo Oliveira Freire


No inverno as ruas escurecem rapidamente e ficam mais vazias. Helena anda apressada, quer entrar logo na sua casa.

Ao chegar, tranca-se e, sentindo-se segura, dá uma arrumação rápida nas coisas, toma banho e vai assistir um pouco de tevê. 

Toda casa está escura, só a luz da televisão ligada. Helena deseja se distrair um pouco, sente medo de tudo. 

Quando começa a madrugada, inicia um filme de zumbi. Helena assiste para matar saudade dos tempos que assistia estas histórias com os primos. Era uma gritaria e zoação.

No filme, a heroína está escondida nos arbustos, observa um morto vivo que lhe parece familiar. Neste momento, Helena sente uma presença na janela. É seu primo que não via há muito tempo e viciado em crack. 

Ele está com os olhos vidrados no filme e, por segundos, Helena percebe que seu primo e o zumbi trocam olhares que transbordam uma voracidade imensurável.

Helena desliga a tevê rapidamente, corre para o sofá e se esconde nas cobertas. Reza para amanhecer logo ou cair no sono.

Percebe que o primo se foi, está completamente sozinha no breu da madrugada. De repente, pensa na infância e de como seu bairro foi tranquilo um dia.

De repente, ouve o galo cantar e a movimentação na rua. Helena relaxa e cochila um pouco, ainda tem três horas de descanso até o despertador tocar.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/


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