O
terreiro de Santa Bárbara
* Por
Clóvis
Campêlo
Situado
na Rua Severina Paraíso da Silva, no bairro de Beberibe, em Olinda,
é um dos terreiros mais tradicionais da Nação Xambá em
Pernambuco.
No
ano de 2000, o Terreiro comemorou 70 anos de funcionamento, 100 anos
do nascimento da ialorixá Maria Oyá, fundadora da casa, e 50 anos
de reabertura do terreiro, fechado em 1938, no período do Estado
Novo.
Para
comemorar as três datas, no dia 17 de dezembro de 2000 foi realizado
um toque para Iansã (Santa Bárbara, no sincretismo religioso),
deusa dos ventos e das tempestades e orixá patrona da casa. Durante
o toque, foi lançada a Cartilha da Nação Xambá.
A
publicação fala sobre o povo Xambá, originário de tribos que
habitavam os limites da Nigéria com Camarões, na África, e também
sobre os 14 orixás cultuados no Terreiro.
No
início de década de 20, o babalorixá Arthur Rosendo, fugindo da
repressão às casas de culto afro-brasileiro em Maceió, veio para o
Recife. Algum tempo depois, reiniciou as suas atividades em Água
Fria.
Dentre
as filhas de santo por ele aqui iniciadas, estava Maria das Dores da
Silva, a Maria Oyá, que no dia 7 de junho de 1930 inaugurou o seu
terreiro no bairro de Campo Grande.
Até
hoje o terreiro conserva entre as suas tradições os rituais
seculares da Nação Xambá. Os cantos são entoados na língua
africana iorubá. Além disso, é o único que adota o regime
matriarcal no seu comando.
Na
época das festividades, o Terreiro de Santa Bárbara era comandado
pela mãe-de-santo Donatila Paraíso do Nascimento, hoje já
falecida.
Recife, 2008
*
Poeta, jornalista e radialista.
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