Novos
hábitos
O computador (e incluo nessa
classificação o tablete e o celular, que se transformou numa espécie de
eclético computador em miniatura) estabeleceu novos hábitos de leitura, que
inicialmente não passavam de mera tendência, mas que, aos poucos, vão se
consolidando, à medida que essa preciosa máquina se torna crescentemente
popular. Hoje já é, em boa parte dos lares, equipamento quase obrigatório, ao
lado da TV, da geladeira, do fogão, do microondas e de tantos outros
eletrodomésticos. Quanto ao celular, nem é preciso ressaltar sua importância e
“universalização”.
Muitas pessoas, por exemplo, que não
faz muito assinavam jornais e revistas, em sua versão em papel, deixaram de
fazê-lo. Optaram por assinaturas das respectivas publicações, mas on-line, mais
compactas, é verdade, mas com atualizações o dia todo. Com o advento do
note-book (e dos tabletes e celulares multifunção, claro), nem mesmo a vantagem de poder levar jornais e
revistas para onde quiser, o que não ocorria antes com o computador de mesa,
ocorre mais.
Creio que os veículos de comunicação
impressos estão com os dias contados. Isso não irá ocorrer já, é óbvio. Não vai
acontecer amanhã, por exemplo, e nem na próxima semana ou no próximo mês, mas
num indeterminado número de anos.
O custo do papel encarece jornais e
revistas, tornando-os acessíveis para poucos bolsos. Ademais, as fábricas que o
produzem são sumamente poluentes, o que é motivo a mais para se buscar
alternativas que sejam saudáveis ao meio ambiente, por serem “limpas”.
Muita gente reclama que a leitura na
telinha é cansativa. É tudo questão de se acostumar. Os editores, por exemplo,
passam horas e mais horas por dia à sua frente, lendo, revisando e editando
textos dos seus repórteres e nem percebem diferença em termos de cansaço
visual. Habituaram-se tanto (creio que a maioria), que optam, até, por ler,
também, livros na tela do computador. Eu sou um dos que preferem ler na telinha
do computador (ou em tabletes).
Além da vantagem da instantaneidade, há
a questão do volume físico. Você pode guardar alguns milhões de edições de
revistas ou de jornais na memória da sua máquina. Imagine, porém, se quisesse
fazer o mesmo com as versões impressas! Haja espaço para isso! E nas horas em
que precisasse fazer alguma consulta... seria um Deus-nos-acuda!
Não é por acaso que jornalistas
consagrados e escritores campeões de venda estão migrando, em massa, para este
veículo moderno, eficaz e tão útil, criando e mantendo sites e blogs com
crescentes índices de leitura. Estão, apenas, antecipando em alguns anos o
futuro. Ou seja, aquilo que se tornará
realidade única mais dia menos dia.
A leitura de determinados livros (quer
em papel quer em e-books) deve ser feita, sempre, com método e organização,
para que se aproveite o melhor do seu conteúdo, sua essência, a mensagem que o
autor pretendeu passar e que motivou sua redação e publicação. Nem toda obra
pode ser lida da mesma forma, com a atenção concentrada apenas no enredo
(quando se tratar de ficção), sem se atentar para nuances e sutilezas.
Por exemplo, não se pode ler um ensaio
da mesma forma que se lê um romance. Esse gênero, por si só, já sugere
reflexões, idéias, informações que, se bem aproveitadas, tendem a nos ser úteis
não apenas em nossa atividade, mas, sobretudo, em nossa vida. O mesmo ocorre
com um livro de poesias. Poemas precisam ser “sentidos”, para serem
valorizados, e não podem e nem devem ser lidos às pressas, sob pena de
deixarmos escapar o que têm de melhor e, dessa forma, não fazermos justiça ao
autor.
Mesmo alguns romances têm conteúdo que
vai muito além do mero enredo, da ação, daquilo que o leitor desavisado entende
que seja a sua essência. Muitos deles trazem citações fantásticas, que nos
podem ser sumamente úteis em vários sentidos.
Ao ler um livro, com as características
que destaquei, convém ter à mão uma caneta e um bloco de anotações (de
preferência uma agenda destinada a esse fim). Anote, meticulosamente, as coisas
interessantes que encontrar. Verá que seu proveito dessa leitura será muito
maior do que se você se limitasse a fazê-la de um só “sopro”, sem interrupções.
Alguns costumam grifar (no caso de
livros impressos) o que lhes interessa no próprio volume e fazer anotações à
margem. Também vale. Todavia, recomenda-se, como mais adequadas, as anotações
em papeis à parte. Afinal, todas as vezes que você copia um texto, mesmo que
não se aperceba, o memoriza, se não na totalidade, pelo menos em boa parte
dele.
Mas o importante é que você leia. Não
importa tanto o formato ou o objeto da leitura. Vale tanto para livros
impressos, convencionais, quanto para e-books. Mas leia: jornais, revistas,
gibis e livros. Leia sites, blogs, twiters e tudo o mais que encontrar neste
vasto “oceano” de informações, que é a internet. Leia cartazes, anúncios e até
bulas de remédio. Mas leia sempre!!! Só assim conseguirá redigir com confiança
e correção. Só assim se sentirá seguros para se manifestar publicamente (e em
qualquer veículo, eletrônico ou não), sem receio de críticas ou de cair em
ridículo.
Boa leitura.
O Editor.
Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk
Eu seco os olhos no computador, pois fico aqui mais de seis horas por dia, mas ainda prefiro ler livros de papel.
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