Pensar mais, corporificar mais
* Por
Cacá Mendes
Errei da mão pensando
em mim, no que escrevo torto em linhas. Não me quero comigo, pensando à toa que
sigo eu mesmo os hábitos dos outros, que por mim eu penso que pensam. Não quero
nem pensar o que penso!
O vento precisa ser
vento só, como vento em praia deserta, mas precisa ser. A natureza da gente
também é ser ilha, mesmo se mar ao redor não houver... E olha, sou por mim, que
somente o coletivo pode nos acolher, se o caso de tsunamis nos atacar em
solidões irrefutáveis. Disso não me abro pra pensar, em soltar dessa ideia. Nem
preso; nem vivo de morto, se for pra ser bem turrão. Sou pedra nas nuvens e
fu...maça no chão. Se for pra ser.
Ave são as minhas
mesmices de gota em gota pra narrar e medir meus tecidos que vão-se indo,
indo... 2016 está aí, na porta. Olha, e
eu me vou, estou indo nesse fiapo de ano que vai se debatendo nos ultimatos das
horas. Pois, nos demais, nos depois, nos
apelos vão- se as bicicletas. Ficam-se os sonhos com os carrosséis.
Grande é o pensar,
pequeno é o não pensar. Miúdo não quero ser mais comigo de viver sem muito
assim. Nem nos pés, nem na cabeça. Esse é o sentido que me corporifica. Em 2016 eu quero pensar mais, mas também me
corporificar mais. A vida me pede isso, e sem delongas. Evoé!
*
Jornalista – blog: www.cronicaseg.blogspot.com
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