O bom e velho Fusca
* Por
Vitor Orlando Gagliardo
Em tempos de apagão
aéreo, os avanços tecnológicos ficam em segundo plano. De um lado, os
controladores são submetidos a péssimas condições de trabalho e cobram
melhorias em equipamentos e aumentos salariais. O governo faz suas promessas já
conhecidas e entra em rota de colisão com os militares. Resultado: o caos
continua, mas o governo dá um passo atrás por temer um novo golpe militar em
pleno século XXI.
No meio de toda essa
confusão, mais uma vez, a história passada e presente confirma, a população é a
maior prejudicada. Uma simples ponte-aérea pode se transformar em uma
verdadeira excursão a falta de bom-senso do escalão de cima. Atrasos nos vôos e
verdadeiros descasos com os passageiros marcam esse triste capítulo de uma
novela sem um aparente final feliz.
E para incrementar
ainda mais a história, a Federação Internacional de Pilotos (IFALPA) e
comandantes brasileiros, fizeram uma grave acusação contra os controladores: eles
os acusam de sabotarem os vôos com informações falsas. Ou seja: um verdadeiro
caso de homicídio: As vítimas? Inocentes.
Falando em inocentes
como vítimas, não há como esquecer das guerras. E falando nelas, poderíamos
lembrar do bom, velho e saudoso Fusca. Esse possante, imortalizado no cinema
pelo filme “Se meu Fusca falasse”, foi construído em 1935, por Ferdinand
Porshe, na Alemanha, a pedido de Hitler para uso militar. Foram fabricadas mais
de 70 mil unidades para a Segunda Guerra Mundial.
O Trovão Azul,
Azeitona, Formiga Atômica e tantos outros apelidos carinhosos, chegou no Brasil
em 53, sendo produzido seis anos depois. Durante muitos anos foi o carro mais
vendido no país. Sua produção foi encerrada em 1986.
Atendendo a pedidos de
fãs saudosos, entre eles o então presidente Itamar Franco, a produção foi
retomada em 93. Embora tenha vendido bem, em média 40 mil veículos, a produção
foi encerrada de forma definitiva três anos depois.
Enquanto a questão do
caos aéreo não é resolvida, viajar de Fusca parece ser uma solução mais segura
e confiável. O risco de quebrar é mínimo e sua mecânica é de fácil conserto. E
a diferença de tempo será curta, se levarmos em consideração os constantes
atrasos. E a comparação é com um simples e modesto Fusquinha, pois se fosse com
o turbinado Herbie ...
*
Jornalista
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